São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Decreto cria oito 'bolsões' para camelôs no centro

MAURÍCIO RUDNER HUERTAS; MARCELO OLIVEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Celso Pitta publicou ontem decreto que cria oito bolsões para o comércio ambulante no centro de São Paulo.
Foram indicadas as praças Fernando Costa, Princesa Isabel, Júlio Prestes e Agente Cícero, os largos da Concórdia e Santa Cecília e as ladeiras da Memória e General Carneiro.
Mas a regulamentação das barracas, segundo a prefeitura, ainda depende da conclusão dos estudos encomendados à Secretaria das Administrações Regionais.
Caberá à Administração Regional da Sé a transferência e regularização dos camelôs em pontos fixos dentro das áreas escolhidas.
Os camelôs criticaram ontem o decreto do prefeito Celso Pitta.
O diretor de base do Sindicato da Economia Informal, Marcos Gonçalves, disse que a prefeitura criou um plano sem ouvir os ambulantes e escolheu áreas já ocupadas, onde não caberiam mais camelôs.
"Só na praça Agente Cícero (Brás), existem 350 barracas. Como vão colocar mais gente lá?", questiona.
Outros locais mencionados no decreto também foram criticados por Gonçalves. "A praça Júlio Prestes vai ser um ponto morto em breve, pois estão pensando em fechar a estação de trem e o camelódromo da Concórdia já não conta com estrutura suficiente."
Segundo Gonçalves, o projeto de Pitta não resolve a situação dos camelôs no centro e agrava os problemas nos locais escolhidos.
O líder dos camelôs da avenida Paulista, Marcos Antonio Maldonado, diz que o projeto da prefeitura é segregacionista, ao levar os ambulantes para "guetos".'
O secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, disse à Folha que vai sugerir ao prefeito a criação de um "reclamódromo" para atender a tantas reclamações.
(MRH e MO)

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