São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Tripulantes saem da Mir para conserto

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS; DA REDAÇÃO

O início do novo conserto da estação orbital russa Mir estava previsto para as 22h55 de ontem (horário de Brasília), com a saída ao espaço do russo Anatoli Soloviov e do norte-americano de origem britânica Michael Foale.
A duração prevista para esse passeio espacial era de seis horas. Uma das tarefas estabelecidas para os dois tripulantes era a de localizar perfurações provocadas pela colisão da Mir com uma nave de carga não tripulada em junho.
O conserto das perfurações a ser encontradas, inicialmente previsto para esta caminhada espacial, foi adiado para uma outra saída da nave pelo Centro de Controle de Vôos Espaciais da Rússia e pela Nasa (agência espacial dos Estados Unidos).
Os dois tripulantes deverão também realinhar painéis solares danificados, para que a Mir possa captar mais energia do Sol e armazená-la em suas baterias para manter seu funcionamento.
As reservas de oxigênio de Soloviov e Foale lhes permitem permanecer no máximo sete horas fora da Mir, ligados à estação por cabos. Durante a saída, em uma órbita a 390 km sobre a superfície terrestre, a estação deverá fazer quatro voltas em torno da Terra.
Nessa altitude, a velocidade de uma nave em órbita da Terra é de 28.350 km/h, segundo Amaury de Almeida, pesquisador do Instituto Astronômico e Geofísico da Universidade de São Paulo.
O principal risco da operação é o de acontecer algum dano aos trajes espaciais usados por Soloviov e Foale, que pode ser provocado pelo contato com algum objeto alongado, podendo pôr em risco a vida deles.
O local a ser inspecionado traz risco, pois as perfurações podem estar próximas aos painéis danificados, os quais têm partes que podem romper os trajes.
O terceiro tripulante, o engenheiro russo Pavel Vinogradov, deverá ficar no interior da Mir, de onde deverá filmar a partir de uma janela o trabalho de seus colegas.
Se os dois tripulantes não tiveram encontrado nenhuma perfuração no módulo Spektr (veja quadro nesta página), uma das possíveis alternativas será a de injetar gás no Spektr e verificar pelo lado de fora onde existe vazamento.
O "dia" de trabalho dos tripulantes estava com início marcado para as 15h25 de ontem (hora de Brasília). Antes de vestirem seus trajes espaciais, Soloviov e Foale tiveram de se submeter a exames médicos por meio de sensores que transmitiam dados de pressão arterial, batimento cardíaco e outros para o controle da missão.
Até 20h30 de ontem não havia detalhes sobre o desenrolar da operação, que Frank Culbertson, da Nasa, disse possuir "riscos moderados".

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