São Paulo, sábado, 6 de setembro de 1997
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Bomba atinge bar mais famoso de Cuba

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Uma bomba explodiu na Bodeguita del Medio, um dos pontos turísticos mais visitados do centro histórico de Havana, capital de Cuba, às 23h (0h de Brasília) da quinta-feira. Segundo a agência "France Presse", houve três pessoas feridas.
Uma pessoa identificada como gerente do bar, o mais famoso do país (leia texto abaixo), negou o atentado à imprensa. O lugar foi reaberto ontem, mas o andar superior -que teria sido atingido pela explosão- permaneceu fechado.
Este foi o nono atentado a bomba em pontos turísticos de Havana desde abril -oito atingiram hotéis.
No mesmo dia, outras três explosões haviam ocorrido em três hotéis do bairro de Miramar, importante centro turístico de Havana, causando a morte do italiano Fabio di Celmo. Até então, as explosões, de pouca intensidade, só haviam deixado feridos leves.
Nenhuma organização terrorista assumiu a autoria dos atentados. Autoridades cubanas têm culpado "grupos terroristas anticubanos" estabelecidos nos Estados Unidos. Ontem, o ministro das Relações Exteriores, Roberto Robaina, disse que o governo cubano "dispõe de todos os elementos" para confirmar que a onda de atentados em Havana "se organizam nos EUA".
"Não vamos permitir que nada perturbe a segurança e a tranquilidade que se vive no país", disse Robaina. Segundo ele, "há total congruência entre os anúncios oficiais norte-americanos de estrangular a economia cubana e estes crimes perpetrados contra instalações econômicas da principal indústria do país".
O turismo é atualmente a principal área da economia cubana. Em 1996, cerca de um milhão de pessoas visitaram o país, o que movimentou US$ 1,3 bilhão.
O presidente da Assembléia Nacional de Cuba, Ricardo Alarcón, disse ontem, em visita ao Chile, que os ataques não vão impedir o crescimento da indústria do turismo."Eles estão nos atacando porque vêem que estamos nos recuperando da crise", afirmou.
Ao menos uma embaixada em Havana, a britânica, anunciou ontem que alertaria visitantes de seu país a respeito dos atentados, informou um porta-voz.
Diplomatas estrangeiros em Havana disseram que as explosões criavam um problema adicional de segurança devido à primeira visita do papa João Paulo 2º, em janeiro do próximo ano.
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Kofi Annan, condenou ontem "os covardes atos de violência" em Cuba.

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