São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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'Excluídos' farão atos em 800 cidades do país hoje

Manifestantes protestam contra política econômica de FHC

LUIS HENRIQUE AMARAL
DA REPORTAGEM LOCAL

A política econômica do governo do presidente Fernando Henrique Cardoso será o alvo principal das críticas dos manifestantes que participam hoje do "3º Grito dos Excluídos", programado para acontecer em 800 cidades do país.
O ato é promovido pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), CUT (Central Única dos Trabalhadores) e CMP (Central de Movimentos Populares).
Apesar de tentar descaracterizar o "Grito" como um protesto contra FHC, os organizadores já colocaram na programação oficial do ato "cartões vermelhos" para a "política econômica do governo", o "desemprego" e a "compra de votos", entre outros temas.
Ainda segundo o roteiro oficial do ato, as entidades vão cobrar do governo "reforma agrária integral", "emprego para quem quer trabalhar" e "recursos para a saúde e a educação".
A principal manifestação do "Grito" acontecerá em frente ao santuário de Aparecida (170 km a noroeste de São Paulo). Antes do ato, haverá uma missa celebrada pelo cardeal de Aparecida, d. Aloízio Lorscheider.
Em entrevista na sexta-feira, os organizadores se recusaram a fazer uma previsão do número esperado de manifestantes. Nas conversas de bastidores, afirmam esperar que o comparecimento ao ato supere o do ano passado, quando foram a Aparecida 70 mil pessoas, segundo avaliação das entidades.
Entre os líderes de oposição ao governo FHC que deverão comparecer ao ato estão o petista Luiz Inácio Lula da Silva, o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, e o coordenador do MST José Rainha.
O "Grito" foi responsável pelo último atrito entre a Igreja Católica e Fernando Henrique Cardoso.
Ao saber que os manifestantes pretendiam dar um "cartão vermelho" para seu governo, o presidente afirmou que a solução dos problemas sociais não vai sair da "batina" ou do "boné".
Em resposta, d. Demétrio Valentini, da Pastoral Social da CNBB, disse que FHC deveria sofrer de "petulância do intelectual".

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