São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Comerciante troca polícia por seguranças

DA REPORTAGEM LOCAL

A certeza da ineficácia da polícia e a burocracia nos distritos policiais levaram o comerciante Antonio Augusto Mirandez, 32, a não prestar queixa de três assaltos que ocorreram em sua padaria.
Mirandez abriu a padaria, no bairro da Pompéia (zona sudoeste de São Paulo) em novembro do ano passado. Desde então, já foi assaltado quatro vezes.
O primeiro assalto aconteceu um mês depois da abertura da padaria. Dois homens armados renderam os funcionários e levaram cerca de R$ 400. Como a seguradora afirmou que cobriria o valor sem precisar do boletim de ocorrência, ele não procurou a polícia.
"Sei que a polícia é lenta e a chance de prender os bandidos é muito pequena. Por isso, não fiz ocorrência", afirmou.
O segundo assalto ocorreu em janeiro, nos mesmos moldes do primeiro, mas com um prejuízo maior: R$ 700. Como a seguradora não havia ressarcido o primeiro assalto, ele resolveu procurar a polícia. Mas se arrependeu: "Passei a tarde inteira na delegacia e não adiantou nada".
Nos dois assaltos seguintes, como o valor levado era menor que a franquia e com a confiança na polícia derrubada, ele não registrou queixa e resolveu se defender por conta própria.
Contratou um segurança, que fica na padaria das 18h à meia-noite, colocou alarme na padaria e já encomendou um circuito interno de TV, que deve ser instalado em breve. Só com equipamentos, ele gastou cerca de R$ 8.000. Além disso, paga mensalmente seguro e a taxa de manutenção do alarme.
"Como a polícia não funciona, tenho que me defender sozinho."

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