São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Vacinação antigripe previne as faltas

LIA REGINA ABBUD
DA REPORTAGEM LOCAL

Os números da Rhodia dizem tudo. Depois de calcular um prejuízo anual de R$ 204 mil/ano com funcionários gripados, a empresa investiu R$ 82 mil em vacinas. As faltas diminuíram 67% em 97, de acordo com as estimativas. Resultado: R$ 122 mil de economia.
Ela não foi a única. Mais de 500 empresas vacinaram seus funcionários em 96, contra 50, em 95. "Não se acreditava que um país tropical como o Brasil tivesse problemas com a gripe", diz Hubert Guarino, 31, da Pasteur Mérieux Connaught, que fabrica as vacinas.
Ao analisar as causas do absenteísmo, as empresas chegaram à conclusão de que a gripe merecia uma atenção especial. Isso porque os funcionários que não faltavam ao trabalho transmitiam a doença aos outros. Resultado: havia uma queda significativa na produção.
O problema, às vezes, ia além: "A produção também caía quando o funcionário estava preocupado com a saúde dos familiares", conta Gilberto Lara Nogueira, 48, diretor de RH da Rhodia. Por isso a empresa estendeu a vacinação, que teve aceitação superior a 80%, à família dos seus empregados.
A Krupp Metalúrgica fez um plano-piloto em 94 no setor de forjaria (fornalhas). Depois de comprovada a diferença de produção e de afastamento entre o grupo que foi vacinado e o que não, a empresa adotou a vacinação geral, em 95.
Em geral, uma gripe simples causa um afastamento de dois a três dias, segundo Jorge Eduardo de Fontes Rocha, 41, médico da Krupp. "A adesão à vacinação tem sido quase que total. Houve uma queda de 48% nos dias de trabalho perdidos em função da gripe."
Contra pneumonia
Na 3M do Brasil, a redução do estado gripal e das faltas ao trabalho têm girado em torno de 30%, nos últimos três anos. A empresa aplica 3.000 doses por ano. Neste ano, a empresa também ofereceu, aos funcionários com mais de 55 anos, vacina contra pneumonia.
Francisco Leme da Rocha, 56, funcionário da 3M há 35 anos, diz que, antes da vacinação, tinha pelo menos uma gripe forte por ano. "Sempre faltava ou era obrigado a sair antes do expediente. É uma forma que a empresa encontra para melhorar nosso rendimento."
O gerente de RH da Compaq, Carlos Eduardo Rogério, 40, está pagando o preço da burocracia da empresa: está gripado. "A pesquisa para provar que o investimento nas vacinas valia a pena demorou dois meses. Perdemos o prazo. Agora, qualquer mudança de temperatura provoca uma recaída."
A Elma Chips pediu as informações sobre a vacina em maio. "Não temos certeza da eficácia nem dados sobre a relação custo-benefício. Ainda não vamos oferecê-la", afirma Técio Carvalho, 46, médico da empresa.

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