São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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País vive o boom do "time sharing"

SIMONE CAVALCANTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O sistema de "time sharing" (tempo compartilhado), originário da França, conquistou o consumidor brasileiro. O setor vive um boom de novos investimentos.
Estão sendo construídos hoje no país 24 hotéis voltados ao "time sharing" (confira na pág. 6-11). Eles projetam um investimento de aproximadamente R$ 170 milhões.
Somente nos últimos 12 meses, o número de empresas brasileiras associados à RCI (Resort Condominiums International), instituição norte-americana que administra o "time sharing" no Brasil, cresceu 20%. Em 96, havia 62 hotéis filiados à RCI. A expectativa é encerrar 97 com 75 associados.
Desde que o conceito de tempo compartilhado aportou no Brasil, em meados dos anos 90, o número de empreendimentos dobrou.
Não há dados sobre os investimentos estrangeiros, mas os oito empreendedores brasileiros estão destinando, em média, R$ 7,08 milhões em cada novo "time sharing" (R$ 56,7 milhões entre os investimentos nacionais) -daí a projeção de R$ 170 milhões de investimento total no setor.
Como funciona
O "time sharing" é direcionado basicamente a turistas. O participante compra o direito de uso do imóvel (normalmente uma semana por ano) e paga uma taxa anual.
Além do uso do imóvel, o usuário tem à disposição os serviços de um hotel normal. Em muitos, as instalações têm infra-estrutura completa de uma casa. Os associados à RCI podem usar hotéis de diferentes cidades do mundo.
Os investidores apostam suas fichas nesses usuários, amparados em um levantamento da OMT (Organização Mundial do Turismo) que aponta um crescimento anual do turismo de 19% ao ano.
O diretor presidente da RCI no Brasil, Ricardo Montaudon, 63, afirma que o negócio traz retorno certo, mas ressalta que é preciso fazer investimentos constantes para manter o padrão de serviços.
"As pessoas procuram o programa pela comodidade e versatilidade que ele oferece", diz.
Adaptações
Antecipando-se às novas construções, alguns hotéis tradicionais estão fazendo reformas para se adaptar ao padrão da RCI.
O Delphin Hotel, por exemplo, tem cerca de 15 anos de existência na praia da Enseada, no Guarujá (litoral sul, 87 km a de São Paulo). O proprietário, Ricardo Roman, 63, diz que está investindo cerca de US$ 3 milhões em reformas.
Hoje, o hotel conta com 113 apartamentos, 60 destinados ao "time sharing". "É preciso saber que o retorno é lento, pois um único apartamento é vendido 50 vezes", afirma, referindo-se ao conceito de tempo compartilhado.

LEIA MAIS sobre "time sharing" na pág. 6-11

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