São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Funeral de Diana leva 2 milhões às ruas e se torna evento global

PAULO HENRIQUE BRAGA

PAULO HENRIQUE BRAGA; FERNANDO CANZIAN
DE LONDRES

FERNANDO CANZIAN
Diana Frances Spencer, 36, princesa de Gales, foi enterrada ontem em Althorp, centro da Inglaterra. Cerca de 2 milhões de pessoas foram às ruas de Londres e se postaram ao longo dos 130 km do cortejo, da capital britânica até Althorp.
No começo do funeral, o caixão de Diana, coberto pela bandeira da monarquia, foi transportado do palácio de Kensington, onde morou, para a abadia de Westminster numa carreta de canhões puxada por seis cavalos. Em parte do percurso, seus dois filhos, príncipes William, 15, e Harry, 12, ambos de cabeça baixa, caminharam atrás do veículo fúnebre, junto ao pai, o príncipe Charles. William e Harry colocaram sobre o caixão flores e uma carta com a palavra "mummy" (mamãe).
A transmissão pela TV do cortejo e da cerimônia religiosa na abadia teve audiência mundial de 700 milhões a 1 bilhão de pessoas, segundo o jornal britânico "The Independent", superior aos 700 milhões registrados no casamento da princesa, em 81. É virtualmente impossível precisar a audiência real do evento, mas estimativas otimistas falam em até 2,5 bilhões de pessoas. As imagens foram geradas para pelo menos 60 países, e rádios transmitiram em 44 idiomas.
William e Harry choraram no serviço religioso, quando o cantor Elton John interpretou nova versão de "Candle in the Wind" ("Vela ao Vento"), feita para sua amiga lady Diana.
A rainha Elizabeth 2ª, numa atitude inesperada, aguardou a passagem do cortejo, em pé, junto aos portões do Palácio de Buckingham. Ela foi criticada por ter demorado em exprimir tristeza após a morte da princesa, domingo passado em acidente de automóvel em Paris. A rainha curvou a cabeça em sinal de respeito pela mulher que em 1996 se divorciou de seu filho mais velho, o herdeiro da coroa britânica.
Assim que a rainha deixou o Palácio de Buckingham, sua residência oficial, houve quebra do protocolo. Pela primeira vez, a bandeira da monarquia foi retirada do mastro principal e substituída pela do Reino Unido, hasteada a meio pau. O símbolo da monarquia nunca havia sido retirado do local.
Charles Spencer, 33, irmão da princesa, criticou a imprensa e a família real, em pronunciamento na cerimônia religiosa. Fotógrafos são acusados de, ao perseguir o carro da princesa, terem provocado o acidente.
Sobre Diana, disse Spencer: "(ela) provou no último ano não precisar de título real para continuar gerando sua espécie própria de magia". Diana perdeu o título de Sua Alteza Real ao se divorciar.

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