São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
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Morte de Solti tira de atividade homem que levou 32 Grammy

Maestro dizia que "jantaria com Lúcifer para reger"

IRINEU FRANCO PERPÉTUO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Morreu anteontem, aos 84, o britânico de origem húngara Georg Solti, um dos principais regentes do século 20. Se não primava pelo refinamento, era um maestro empolgante, com controle absoluto da orquestra.
Solti tinha afinidade especial com o estúdio -ganhou o Grammy 32 vezes, cifra não igualada por nenhum músico, erudito ou popular.
Nascido em Budapeste, em 1912, Solti começou a estudar piano aos 6, fazendo a primeira aparição em público aos 12.
Judeu, sofreu com as leis racistas de seu país. Imigrou para a Suíça, onde também enfrentou problemas e, impedido de reger, voltou ao piano -vencendo o Concurso de Genebra, em 1942.
Logo após a Guerra, um convite das autoridades americanas para reger "Fidelio" na Ópera Estatal de Munique levou-a à direção da casa, que ocupou entre 1946 e 1952.
Solti deixa no catálogo de sua gravadora, a Decca, mais de 250 itens, incluindo 45 óperas completas -algumas históricas, como a primeira integral em estúdio da tetralogia "O Anel dos Nibelungos", de Richard Wagner.
Fora dos estúdios, foi diretor musical da Royal Opera House, em Londres de 61 a 71.
Elevou o nível das exibições da Royal, e o reconhecimento veio quando o Reino Unido lhe outorgou, em 72, a cidadania britânia e o título de Sir.
Dirigiu também a Sinfônica de Chicago (entre 69 e 91), com a qual gravou mais de 50 discos.
Só a morte para frear o ímpeto de quem dizia que "jantaria com Lúcifer para reger".

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