| São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997 |
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Caribe, mas nem tanto
ALEXANDRA OZORIO DE ALMEIDA Colônia espanhola com um "quê" de Estados Unidos, San Juan atrai pelos cassinos e parte históricaCapital de Porto Rico, San Juan é um mix estranho de Salvador com Miami. Seu centro histórico com casas coloniais -o país foi dominado pelos espanhóis durante 400 anos- lembra o colorido da capital baiana. Já a parte das praias é lotada de prédios e "freeways", no melhor estilo Flórida. Terra do Menudo, o grupo de cantores adolescentes que levou meninas à histeria nos anos 80, Porto Rico é ideal para quem procura algo exótico, mas nem tanto. Os "megaresorts" são muito confortáveis e quase auto-suficientes. Além das massagens, aulas de tênis, minishoppings e muito mais, a grande diversão desses hotéis são os cassinos. O jogo atrai uma multidão de turistas e moradores locais nos fins-de-semana. Para alegria e tristeza de muitos, pode-se começar a jogar com menos de US$ 1 -a aposta mínima do caça-níqueis é US$ 0,25. O exótico fica por conta dos shows de salsa e merengue, que perseguem os turistas desde o aeroporto, quando um insistente grupo de músicos com camisas floridas anima os passageiros que esperam sua bagagem. Fundada em 1521, a cidade de San Juan cresceu ao redor de uma baía. A maior parte está em uma península, cuja ponta marca a entrada da Baía de San Juan. Aí fica a parte histórica -"El Viejo San Juan"-, com suas fortificações e prédios em estilo colonial espanhol. O centro histórico deve ser conhecido a pé. Em uma tarde, é possível ver tudo, com tempo para paradas para compras. A caminhada obrigatoriamente deve passar pelo portão de San Juan. Construído por volta de 1635, era a entrada para quem vinha pelo mar no século 18 e é o que resta das várias aberturas da antiga cidade murada. Os muros foram construídos em 1630 para proteger a cidade. Porto Rico era ponto estratégico para o domínio espanhol na América por ser um dos principais portos de passagem dos navios que levavam as riquezas pilhadas para a Europa. Por isso, era alvo constante de ataques de piratas. Para defender o território, os espanhóis construíram gigantescas fortificações como El Morro, que começou como uma simples torre em 1539, e em 1787 adquiriu sua complexa estrutura atual. Outro forte impressionante é San Cristóbal, construído em 1634, uma das maiores construções defensivas da América. Seus muros chegam a atingir mais de 33 m acima do nível do mar. As ruelas com paralelepípedos feitos com resíduos de ferro ladeiam as casas em estilo colonial espanhol e fazem do centro histórico um lugar agradável para passear e fuçar nas lojinhas de souvenirs. O turista brasileiro não achará muita graça nas praias, muito diferentes das mostradas naqueles prospectos de turismo do Caribe, e nem em El Yunque, o único trecho de floresta tropical em território norte-americano. Para os piratas modernos, San Juan é a sede da mais famosa fábrica de rum, a Bacardi, aberta a visitas. Uma garrafa da bebida pode ser comprada lá por R$ 3. Texto Anterior: A ordem é garimpar Próximo Texto: Mudança de hábito Índice |
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