São Paulo, domingo, 7 de setembro de 1997
Próximo Texto | Índice

Colcci muda tática e retoma expansão

DA REPORTAGEM LOCAL

O inverno quente deste ano pode ter frustrado as vendas de muitos fabricantes de roupas.
Mas a grife de moda Colcci nem se abalou pelos efeitos do El Niño (aquecimento anormal das águas do Pacífico, que causa mudanças no clima).
Pudera. Depois do estrago causado em 95 por "um inverno que não houve", o empresário Jorge Colzani, 44, dono da marca, se considera gato escaldado para administrar sua rede.
Naquele ano, a empresa entrou em concordata, com o encalhe de R$ 8 milhões em produtos para o inverno, que sobraram nas prateleiras das lojas devido ao calor excessivo no inverno.
"Passamos por maus apuros, pois assumimos os prejuízos de todas as lojas. Mas, em um ano, conseguimos sair da concordata", afirma Colzani.
Essa experiência foi o bastante para que a rede de lojas entrasse em nova fase, segundo ele.
O primeiro passo? Deixaram de trabalhar com roupas pesadas de inverno para priorizar a linha de jeans e de camisetas.
"Também ampliamos nossa atuação para regiões mais quentes do país, como o Nordeste", diz Colzani, que criou a rede em 86, em Brusque (Santa Catarina), e hoje conta com 238 lojas franqueadas no país.
Segundo ele, a "volta por cima" será concretizada com os resultados deste ano, que devem apontar um crescimento de até 25% no faturamento em relação ao do ano passado. "A rede deve faturar R$ 90 milhões."
O processo de reestruturação para sair da concordata também incluiu mudanças na decoração das lojas -que ficaram mais "clean"- e na logomarca. "Também ampliamos o catálogo de produtos. Hoje são mais de 1.500 itens na linha esportiva."
A "frente quente" que passa pelos negócios da marca também chegou à rede franqueada, que deve fechar 97 com 36 novas lojas em operação.
"Apesar de a rede estar crescendo, ficamos mais seletivos na escolha dos franqueados." Segundo ele, uma franquia da marca exige investimento de R$ 70 mil, incluindo taxa de franquia.
A marca planeja agora se espalhar ainda mais, principalmente pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro.
Para abastecer toda a rede de franqueadas, além das revendas, a fábrica da marca, em Brusque, conta com 550 funcionários e produz cerca de 400 mil peças/mês. "Nada mal para quem começou como uma miniconfecção no fundo do quintal", comemora Colzani, que lança sua coleção de verão neste mês.
"A nova estação reforça o otimismo em relação às vendas", diz Satoshi Kowana, 48, franqueado do shopping Aricanduva (zona sudeste de São Paulo).

Colcci - 0800-47-3131.

Próximo Texto: Emergente é alvo de negócios sofisticados
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.