São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Covas critica projeto sobre segundo turno

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governador paulista, Mário Covas (PSDB), criticou ontem o projeto em tramitação no Senado que acaba com o segundo turno para a eleição de governadores e prefeitos e ameniza sua necessidade para a de presidente.
Na opinião de Covas, já que o segundo turno existe, não se deve "inventar" índices proporcionais para presidente da República.
Hoje, ganha o candidato que tiver mais de 50% dos votos no primeiro turno. Pelo projeto do Senado, a exigência cai para 45% ou para 40%, quando o segundo colocado tiver um percentual de 10% a menos que o primeiro colocado.
Covas disse que, em tese, é contra o segundo turno num sistema presidencialista, pois ele "é próprio do parlamentarismo, que precisa de uma maioria estável".
Justificou que essa regra só foi incluída na Constituição de 88 porque boa parte do Congresso acreditava na mudança do sistema de governo, o que não se confirmou.
Ele disse, ainda, que no sistema presidencialista a maioria, na prática, se forma nas composições de primeiro turno. É quando os partidos decidem não ter candidatura própria para apoiar a de outro partido, sob a garantia de participação do poder em caso de vitória.
No segundo turno, acrescentou, o apoio já não significa partilha de cargos, mas uma opção entre as duas chapas vitoriosas no primeiro. "No segundo turno, o candidato conquista apoio para a maioria eleitoral, não para a maioria política constante de apoio ao governo que se instala", disse.
Apesar de criticar o projeto sobre o segundo turno, Covas defendeu mudanças especialmente para a eleição de prefeitos em primeiro turno. E não foi enfático quanto à oportunidade da discussão sobre as mudanças. "Não vejo inconveniente em manter ou não manter o segundo turno", afirmou.
Ele voltou a declarar que o PSDB deveria se empenhar seriamente para manter em seus quadros o ex-governador cearense Ciro Gomes, que ameaça se filiar ao PSB e concorrer contra o presidente Fernando Henrique Cardoso em 1998.
"O Ciro é muito falante e não é contaminado por uma vida política muito longa", disse Covas.

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