São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
PR quer prisão preventiva de sem-terra
FERNANDO MENDONÇA
No último sábado, um grupo de sem-terra que havia invadido, na quinta-feira anterior, parte da fazenda Cordilheira entrou em conflito com os fazendeiros Haroldo Schweitzer e Ney Mário Minardi e sete funcionários do primeiro. Os ânimos se acirraram quando, durante uma discussão, o líder sem-terra Idair Ribeiro levou um tiro na perna. Ainda não foi identificado o autor do disparo. Depois disso, os fazendeiros e empregados foram amarrados em árvores e carroças e espancados pelos sem-terra. Minardi sofreu traumatismo craniano, mas saiu ontem do hospital O secretário da Segurança Pública do Paraná, Cândido Martins de Oliveira, determinou ao delegado Tarciso de Carvalho, responsável pelo caso, que peça a prisão preventiva dos envolvidos. Carvalho deverá requisitar à TV Coroados (afiliada da Rede Globo em Londrina) as fitas de vídeo que mostram imagens dos fazendeiros e dos empregados feridos. O delegado ouviu ontem depoimentos de um sem-terra e de um segurança na delegacia de Jundiaí do Sul. No final da tarde, ele foi até a delegacia de Ribeirão do Pinhal (PR), onde Schweitzer depôs. A decisão de pedir a prisão preventiva foi tomada durante reunião do secretário de Segurança e o alto comando da PM. "Houve atividade criminosa em Jundiaí do Sul", disse o secretário. O governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL), disse que "estão querendo torpedear o acordo", referindo-se a um acordo firmado em julho entre o presidente do Incra, Milton Seligman, fazendeiros e o MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra). Pelo documento, o governo do Estado iria sempre negociar em vez de cumprir, à força, as ordens judiciais de reintegração de posse. "Se for necessário agir com rigor, vamos agir", disse ontem Lerner. Os sem-terra deverão deixar hoje a fazenda Cordilheira. O acordo foi firmado entre o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a Polícia Civil e os sem-terra. A superintendente do Incra no Paraná, Maria de Oliveira, confirmou que as famílias vão deixar a fazenda e voltar para uma área à beira da rodovia PR-218 onde estavam antes da invasão. Texto Anterior: A segurança da visita do papa Próximo Texto: Seligman diz sentir 'repulsa' Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |