São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997 |
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Presidiário é morto em rebelião na PB Presos estariam torturando 50 colegas ADELSON BARBOSA
A polícia confirmou a morte de um preso no confronto com os rebelados no início da noite. Os presos haviam anunciado o fim da rebelião depois que os jornalistas tiveram acesso à prisão. Quando a polícia tentou invadir a cadeia, foi atacada pelos presos. Alguns estavam armados e receberam a polícia a balas. Houve tiroteio. Dois presos ficaram feridos. Segundo a polícia, 400 presos continuavam rebelados até ontem. A Justiça transferiu, para a Penitenciária de Segurança Média, 64 presos tidos como delatores. Eles estavam ameaçados de morte e muitos já tinham sido torturados. A rebelião começou anteontem, às 14h, durante uma tentativa de fuga frustrada pela PM. Durante toda a madrugada e todo o dia, a PM, a Secretaria da Segurança Pública, a Pastoral Carcerária e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tentaram negociar o fim da rebelião. O governo estadual se comprometeu a atender às reivindicações dos rebelados. Eles querem receber jornais, ampliação do atendimento médico, odontológico e jurídico, ampliação do tempo de visita, liberação de rádios e TVs e fim dos cargos de chefia dos presos de confiança. Superpopulação A Penitenciária do Róger fica a dois quilômetros do centro de João Pessoa. O juiz das Execuções Penais, Hitler Cantalice, disse que há 160 vagas para 800 presos. É a maior cadeia da Paraíba. No dia 29 de julho, 200 policiais militares entraram no local para encerrar uma rebelião e mataram oito rebelados. Laudos do Instituto Médico Legal de João Pessoa apontam que os presos foram torturados antes de serem mortos. Os corpos apresentavam requintes de crueldade. O governador José Maranhão (PMDB) reconheceu os excessos da PM e exonerou dois coronéis. Os inquéritos civil e militar deveriam ter sido concluídos dia 29 de agosto, mas foram prorrogados por mais um mês. Texto Anterior: Sobre presidentes e dentaduras Próximo Texto: Cliente se queixa de imposição Índice |
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