São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Familiares do pataxó morto lançam campanha contra juíza

Expectativa é recolher 20 mil assinaturas contra decisão

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Parentes do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos lançaram ontem em São Paulo um abaixo-assinado e uma campanha contra a decisão da juíza Sandra De Santis Mello.
Ela classificou como lesão corporal seguida de morte e não como homicídio doloso o crime que resultou na morte do índio.
Galdino foi incendiado na madrugada do dia 20 de abril deste ano por cinco jovens de classe média (um deles menor) em um ponto de ônibus, em Brasília.
A promotora Maria José Pereira contestou a decisão da juíza afirmando que foram desprezadas, na sentença de Sandra Mello, indícios suficientes da responsabilidade dos acusados.
A campanha contra a decisão da juíza e pela demarcação das terras indígenas foi lançada no Instituto Sedes Sapientiae, em Perdizes (zona noroeste de São Paulo).
O Cimi (Conselho Indigenista Missionário) espera recolher 20 mil assinaturas no país.
"A juíza considerou uma brincadeira colocar fogo em uma pessoa. Não vejo brincadeira nisso. Esses meninos assassinos vão ficar presos pouco tempo; o meu filho vai ficar preso embaixo da terra para sempre", disse Minervina Pataxó, mãe de Galdino.
À tarde, os parentes de Galdino visitaram o cardeal-arcebispo de São Paulo, d. Paulo Evaristo Arns.
"O cardeal manifestou seu inconformismo com a violência contra o índio pataxó, em plena capital da República", disse o deputado e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa de SP, Renato Simões (PT), que acompanhou o grupo.

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