São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997 |
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Detento é morto em rebelião na PB Presos estariam torturando colegas ADELSON BARBOSA
A polícia da Paraíba confirmou a morte de um preso durante o confronto com os rebelados no início da noite. Os presos haviam anunciado o fim da rebelião depois que os jornalistas tiveram acesso à penitenciária. Eles chegaram a entregar estiletes, pedaços de madeira, barras de ferro e pedras. Troca de tiros Quando a polícia tentou invadir a cadeia, foi atacada pelos presos. Alguns estavam armados e receberam a polícia a bala. Houve troca de tiros entre presos e policiais. Além do morto, pelo menos dois presos ficaram feridos no tiroteio. Ainda segundo informações da polícia, 400 dos cerca de 800 presos continuavam rebelados até o início da noite. A polícia informou que tudo foi quebrado pelos presos no interior da penitenciária. No início da madrugada de ontem, eles colocaram fogo na biblioteca da prisão. Oito presos foram levados para o hospital Edson Ramalho, da Polícia Militar. Quatro deles foram levados de manhã para o hospital, com ferimentos por todo o corpo. Um apresentava ferimentos graves na cabeça. Outro teve o olho esquerdo perfurado. A Justiça teve ontem que transferir 64 presos às pressas. Os presidiários são considerados delatores pelos colegas e estavam ameaçados de morte. Muitos já tinham sido torturados. Os detentos ameaçados foram levados para a Penitenciária de Segurança Média. A rebelião começou anteontem, às 14h, durante uma tentativa de fuga frustrada pela PM (Polícia Militar). Durante toda a madrugada e todo o dia, o Comando da Polícia Militar, a Secretaria da Segurança Pública, a Pastoral Carcerária e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) tentaram negociar o fim da rebelião com os presos. Reivindicações Os presos apresentaram uma lista de reivindicações. Eles querem receber os principais jornais de João Pessoa, a ampliação do atendimento médico, odontológico e jurídico, a ampliação dos dias e horários de visitas, a liberação do uso de aparelhos de rádio e televisão e a suspensão dos cargos de chefia comandados por presos da confiança da direção da penitenciária. O governo estadual se comprometeu a atender as reivindicações dos rebelados. Até as 18h25, o combate entre os presidiários rebelados e a polícia continuava. Texto Anterior: Familiares do pataxó morto lançam campanha contra juíza Próximo Texto: Encontrado corpo de pára-quedista no Paraná Índice |
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