São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997 |
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Menem vai anunciar nova lei sobre açúcar
FERNANDO GODINHO
O apelo do presidente argentino estará contextualizado na atual polêmica que seu país enfrenta com o Brasil em torno do comércio bilateral de açúcar. Na semana passada, o Congresso argentino ratificou uma lei que condiciona a redução do Imposto de Importação sobre o açúcar do Brasil à revisão dos subsídios destinados pelo governo brasileiro ao Proálcool. O Itamaraty já protestou contra a lei. A Folha apurou que Menem considerará os problemas dentro do Mercosul como "dificuldades temporárias, que serão resolvidas e superadas". Para demonstrar a iniciativa de encerrar a polêmica sobre o setor açucareiro, o presidente argentino pretende falar por telefone com seu colega brasileiro, Fernando Henrique Cardoso. Menem irá informar que seu governo já preparou uma nova lei sobre o comércio bilateral de açúcar, transferindo qualquer medida compensatória nesse setor para o âmbito do Poder Executivo argentino e da Organização Mundial do Comércio. O novo texto, que cancela a lei em vigor, seria encaminhado ainda ontem ao Congresso. Menem também dirá no seu discurso que o Mercosul deve favorecer todos os setores da economia: empresários, trabalhadores e consumidores. O presidente argentino ressaltará a importância desse bloco econômico como um instrumento para melhorar a inserção dos quatro países sócios (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai) em uma escala econômica global. Em uma referência direta à Alca (Área de Livre Comércio das Américas, defendida pelos Estados Unidos), Menem dirá que o Mercosul não deve funcionar como um obstáculo a um "sistema comercial mais amplo". Ele defenderá a negociação em bloco do Mercosul com a Alca, tendo como objetivo a integração de todo o continente americano. Texto Anterior: Mercosul faz cúpula em meio à crise Próximo Texto: Crescem 50% investimentos de múltis na América Latina Índice |
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