São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Para economistas, real pode sofrer ataque

CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Os economistas Christof Ruhl, do Banco Europeu para Reconstrução e Desenvolvimento, e Hans-Michael Trautwein, da Universidade de Hohenheim (Alemanha), disseram que "não pode ser excluído o risco de um ataque especulativo" ao real, semelhante ao ocorrido na Tailândia e em outros países do Sudeste Asiático.
Para Ruhl, a comunidade econômica internacional não encontra uma explicação sobre os motivos pelos quais Brasil e Argentina não sofreram ataques especulativos, mesmo com as moedas sobrevalorizadas entre 10% e 20%.
"É surpreendente como Brasil e Argentina têm resistido", disse Ruhl em entrevista durante seminário sobre globalização e política cambial na sede da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Aberto), no Rio.
Para Trautwein, o déficit da balança comercial brasileira é um problema que "resulta em ambiente adequado à especulação".
Segundo ele, houve, a partir de um certo momento, um grande aumento do fluxo de capitais para os países asiáticos, criando o ambiente favorável aos ataques.
Mesmo considerando que o Brasil não está livre de um ataque ao real, Ruhl disse que a política mais adequada no momento é a de manter as pequenas desvalorizações da moeda e buscar o aumento da produtividade.

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