São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Apple paga US$ 100 milhões por ações da Power Computing

HEINAR MARACY
FREE-LANCE PARA A FOLHA

Depois de sete meses de impasse em relação aos termos de licenciamento do sistema "Mac OS 8", a novela entre a Apple e seu principal fabricante de clones, a Power Computing, chegou ao fim.
Na semana passada, a Apple pagou US$ 100 milhões em ações ordinárias à empresa.
O motivo principal é a necessidade premente da Apple em voltar a lucrar e reinventar seu modelo de negócios. Em menos de dois anos, os fabricantes de clones abocanharam quase 30% do mercado da Apple, por lançarem máquinas com mais rapidez e mais baratas.
Em carta a empregados, Steve Jobs, membro do conselho diretor da Apple, opinou sobre o processo de licenciamento do Mac.
Segundo ele, a Apple perdeu uma janela de oportunidades ao se recusar a clonar o Mac entre 1988 e 1992, quando havia alguma chance de competir com o "Windows".
"Os clones viraram uma obsessão, e o licenciamento acabou sendo feito de forma prejudicial à Apple, com o subsídio de cada Mac vendido pelas licenciadas."
A Power Computing deverá continuar vendendo clones sob sua marca até o final do ano, mas já anunciou que começará, em breve, a fabricar servidores e laptops baseados em chips da Intel.
Os clones de Mac, entretanto, não acabaram. A Umax, que fabrica clones de Mac abaixo de US$ 1.000, vendidos no mercado asiático, já licenciou o "Mac OS 8".
A estratégia de reverter sua política de licenciamento repercutiu mal entre os usuários de Mac. Hoje existem mais de 50 modelos de computadores com o "Mac OS" nos EUA, número que deve diminuir com a atual freada da Apple em seu licenciamento.
Ou seja, ganha a Apple, que agora deverá partir para um sistema de venda direta, semelhante ao implantado pela Power Computing, mas perdem os usuários de Mac, com uma menor concorrência no mercado de micros Macintosh.

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