São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 1997
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Israel faz lista de exigências a palestinos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O governo de Israel divulgou ontem uma lista com as medidas que deseja ver a Autoridade Nacional Palestina (ANP) tomar para combater o terror.
A divulgação ocorreu horas antes da chegada ao Oriente Médio da secretária de Estado americana, Madeleine Albright, prevista para as primeiras horas de hoje.
Albright, que deve visitar Israel, Síria, Egito, Arábia Saudita e Jordânia, chega com a difícil missão de reavivar o processo de paz entre palestinos e israelenses.
Maruan Kanafani, porta-voz do líder da ANP, Iasser Arafat, chamou a lista israelense de "não apenas ridícula, mas irreal". Os palestinos querem que Israel suspenda a construção de colônias judaicas em territórios ocupados e negam apoiar o terrorismo. "As exigências de Israel servem para chantagear os palestinos e conseguir mais concessões", afirmou.
Enumerar claramente as exigências, porém, parece ser resposta a críticas feitas pela oposição israelense, trabalhista (esquerda), ao governo de direita de Netanyahu.
Ontem mesmo, Ehud Barak, líder do Partido Trabalhista (oposição), afirmou que o premiê e seus simpatizantes "não têm alternativa ao processo de paz, apenas mais terror e confrontos". "Vá para casa. Renuncie."
Netanyahu vem exigindo da ANP um combate efetivo ao terrorismo como condição para retomar o processo de paz, mas não havia discriminado claramente quais são essas exigências.
A lista, não obstante as críticas palestinas, pode representar um ponto de partida para a missão da secretária de Estado (chanceler) dos EUA em sua primeira visita ao Oriente Médio desde que assumiu o cargo, neste ano.
As negociações entre Israel e a ANP foram paralisadas em março, quando o governo do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu iniciou a construção de casas para judeus em Jerusalém oriental, área reivindicada pelos árabes.
Recentemente, a crise se agravou após dois atentados suicidas ocorridos em Jerusalém nos dias 30 de julho e 5 de setembro, nos quais morreram 25 pessoas (incluindo os cinco terroristas).
Síria
As relações de Israel com as demais nações árabes também está em crise. Com a vizinha Síria, as negociações de paz estão suspensas desde maio do ano passado.
A Rádio Israel, porém, noticiou ontem que Uzi Arad, assessor de Netanyahu, viajou para a Europa a fim de negociar a retomada das negociações de paz com a Síria. Não foram divulgados detalhes sobre a missão de Arad.

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