São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997
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Programa deixa estudantes fazer o jornal

DA REPORTAGEM LOCAL

Os jornais de todo o mundo atuam hoje de uma grande variedade de formas na educação, mostrou a 2ª Conferência Internacional de Jornais na Educação.
A área mais conhecida é a elaboração de seções dirigidas ao público jovem estudantil -como a Folhinha, que a Folha publica para crianças, ou o Folhateen, editado para adolescentes. Essas iniciativas buscam oferecer um serviço a essa população, ao mesmo tempo habituando-a à leitura do jornal.
Mas as estratégias atuais de formação de leitores vão bem além disso: cobrem desde a oferta de outros materiais escritos -como um atlas ou uma biblioteca mínima de obras clássicas- até a elaboração de materiais didáticos para professores e alunos aprenderem como é feito um jornal.
Uma das mais novas linhas de atuação nessa área é oferecer aos estudantes a oportunidade de eles mesmos fazerem um jornal. O jornal diário "VGs Mediesenter", da Dinamarca, apresentou projeto mais hi-tech -de US$ 800 mil.
É uma sala de 300 metros quadrados que serve de laboratório para grupos de estudantes produzirem um jornal. Tem telefones, computadores, bonecos, tudo interativo e controlado por um computador central.
Ao chegar, o grupo de estudantes, entre 15 e 17 anos, recebe do diretor do jornal a tarefa de escrever a reportagem principal do jornal. Para isso, tem que fazer entrevistas (com os bonecos e pelo telefone) e pesquisa (na Internet). O grupo escolhe fotos e formatos de texto e, a cada escolha, recebe comentários, pelo vídeo, do diretor.
"Nunca vi um texto tão ruim", pode ser o comentário. Pouco antes de terminar o exercício, "ocorre" um grande acidente na cidade e o grupo tem 15 minutos para refazer todo o seu trabalho, desta vez com outro tema.
Jens Hansen, idealizador do projeto, diz que em dois anos 16 mil estudantes já participaram da experiência -o que dá 20% dos alunos nessa faixa etária do país.
Para Luís Frias, presidente da Empresa da Folha da Manhã S/A, "essas são formas de aproximar leitores do jornal".
Mas ele também destacou que "educação é um papel que cabe a toda a sociedade e mais especificamente ao governo".

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