São Paulo, sexta-feira, 12 de setembro de 1997
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Correios voltam a negociar com funcionários em greve

Contraproposta da empresa deve ser votada hoje em assembléia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os Correios retomaram ontem as negociações com os sindicatos dos funcionários, para tentar terminar a greve iniciada dia 4.
A empresa ofereceu aos funcionários 5% de aumento para 85% dos trabalhadores mais um abono de R$ 200,00 para toda a categoria.
A novidade em relação à proposta inicial da empresa é apenas o abono.
Com a retomada das negociações, a federação orientou os sindicatos a adiarem para hoje as assembléias que deveriam ter ocorrido na tarde de ontem.
A proposta da empresa deve ser votada hoje e os sindicatos da categoria nos Estados decidirão pela continuidade ou não da greve.
Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios, a paralisação atinge 70% da categoria em oito Estados. Para a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), a greve atinge apenas 12% dos funcionários.
Para o diretor da federação, Milton Saldanha, a retomada das negociações por parte da empresa pode fortalecer a greve.
A empresa havia suspendido as negociações após o início da greve.
A proposta inicial da federação era de reposição salarial das perdas com a inflação desde dezembro de 95 -de 21,3%- mais um aumento real de 5%.
Com a greve e a suspensão das negociações, os Correios não apresentaram contraproposta.
Anteontem, os Correios recusaram nova proposta dos trabalhadores, que pediram abono de R$ 1.400,00, a ser pago em duas vezes, mais uma promoção de três níveis salariais a toda a categoria.
A promoção de três referências, segundo Saldanha, equivaleria à reposição de 21,3%.
Atrasos
Segundo a assessoria de imprensa dos Correios em São Paulo, cerca de 2,5 milhões de correspondências estão atrasadas no Estado.
O valor corresponde a 25% do que é entregue diariamente pelos Correios no Estado.
A Telesp adiou para hoje o prazo para pagamento, sem multa, das contas que venciam no dia 10.

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