São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Luriana desiste; Maluf vai disputar em 2006

CLÓVIS ROSSI
DO CONSELHO EDITORIAL

A oito meses das eleições presidenciais de outubro, Luriana Inácio da Silva pediu desfiliação da CFPS (Convergência das Forças Pós-Socialistas), que, com isso, fica sem a sua única candidata viável. Mais do que uma figura de peso eleitoral comprovado, Luriana é todo um símbolo das forças de esquerda, como neta de Luiz Inácio Lula da Silva, um líder sindical que fundou o PT (Partido dos Trabalhadores), antecessor da CFPS. Luriana alegou, ao se desfiliar, que a CFPS se transformara em "ventre ilegítimo" de políticos que não têm afinidade com a linha política original da Convergência. É uma alusão à novela, com esse nome, da rede GloboIntervisa, uma fusão das redes Globo (do antigo Brasil), Internet (que se pretendia a primeira rede mundial de comunicações via computador) e da Televisa (do ex-México).
A desfiliação de Luriana aumenta o favoritismo de Antônio Luís Eduardo de Magalhães, bisneto de um político brasileiro do século passado, cuja família pode completar, assim, 119 anos de participação direta nos vários governos, primeiro do antigo Brasil e agora da UAL (União da América Latina). De todo modo, Paulo Salim Maluf, líder da Arena (Aliança pela Renovação Nacional), mantém a sua candidatura e garante que seus 125 anos não são um obstáculo. "Como muito frango", diz Maluf, para justificar a longevidade.
Maluf pretende usar como programa de campanha o livro "Teoria da Independência", escrito pelo sociólogo Fernando Henrique Cardoso, ao deixar o poder, em meados deste século.

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