São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
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Advogado culpa Estado
AURELIANO BIANCARELLI
"A integridade do preso é um dever do Estado", disse Jairo Fonseca, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB. "Se a autoridade policial diz que não tem como protegê-lo, deve pedir demissão e ir para a casa." Batista confessou ter participado do sequestro do menino Ives Yoshiaki Ota, encontrado morto na segunda-feira. Na quarta, ele foi espancado e violentado pelos 29 presos com os quais dividia uma cela no Depatri (Departamento de Investigações sobre Crimes contra o Patrimônio). Ao retornar do hospital, no dia seguinte, foi novamente agredido. "Estamos tomando as medidas dentro do possível", disse o delegado Paulo Fortunato. Ele alegou que as celas do Depatri, que deveriam ter dez presos cada, estão com 30. O diretor do Depatri, José Alves dos Reis, afirmou que Batista "feriu o código de ética dos presos" e que a polícia não tem como evitar sua morte. Ontem, Batista foi transferido para o Centro de Observação Criminológica. Fonseca diz que o preso deve ser julgado e punido, o que não autoriza que seja brutalizado. Segundo o advogado, a polícia sabe as regras da cadeia e deveria prever a agressão. Como as autoridades nada fizeram, o Estado foi conivente, "transformando-se num Estado delinquente, antiético e violador das suas próprias leis". Texto Anterior: Vírus causa infecção em 750 no interior de São Paulo Próximo Texto: Advogados contestam flagrante Índice |
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