São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Greve dos Correios chega ao 8º dia

DA REPORTAGEM LOCAL

Os funcionários dos Correios recusaram ontem a proposta da empresa e decidiram manter a greve, que já dura oito dias e atinge oito Estados.
Segundo Milton Saldanha, diretor da federação dos funcionários, os empregados deverão radicalizar o movimento.
Como parte dessa "radicalização", os grevistas de São Paulo fizeram uma manifestação diante da Cúpula Econômica do Mercosul, onde estava o presidente Fernando Henrique, na tarde de ontem.
Segundo a PM, cerca de 300 funcionários participaram da manifestação, que mobilizou 250 soldados da PM, para garantir a segurança do presidente.
O presidente acabou recebendo uma comissão de cinco grevistas. De acordo com eles, Fernando Henrique teria prometido recomendar ao ministro Sérgio Motta que a ECT negocie com o comando de greve, em Brasília.
A ECT havia prometido romper novamente as negociações se os funcionários não voltassem ao trabalho na próxima segunda-feira.
Outro ato de "radicalização" planejado para os próximos dias é um acampamento constante em frente à casa de Sérgio Motta, em Brasília.
Segundo a federação dos funcionários dos Correios, cerca de 70% da categoria permanecia em greve nos Estados atingidos ontem. Para a ECT, a paralisação atinge cerca de 8% dos funcionários.
Segundo a assessoria de imprensa da empresa em São Paulo, cerca de 4,1 milhões de correspondências estavam em atraso ontem, em todo o Estado, devido à greve.
O volume diário de entrega de correspondências no Estado é de 10 milhões. Segundo a assessoria, se a paralisação terminasse ontem, seriam necessários sete dias para normalizar a entrega.
Propostas
A ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) havia proposto, anteontem, 5% de aumento para 85% dos funcionários mais um abono de R$ 200,00. Em assembléias realizadas nos Estados, os funcionários recusaram.
A proposta inicial dos funcionários era de 21,3% de reposição da inflação desde dezembro de 95 mais 5% de aumento real.
Na quarta-feira, eles fizeram nova proposta, de promoção de três níveis no plano de cargos e salários da empresa, em um ano, mais abono de R$ 1.400,00 em duas parcelas. A empresa recusou.
Para Saldanha, a proposta da empresa "está muito aquém das necessidades dos funcionários".

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