São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Piloto de avião que caiu em 89 é condenado
ROGÉRIO SIMÕES
A sentença, do juiz Alexandre Vidigal de Oliveira, da Justiça Federal em Cuiabá (MT), é de março deste ano, mas tem sido mantida em sigilo pelos envolvidos. O advogado de Cesar Garcez, Octavio Gil, entrou com recurso no Tribunal Regional Federal em Brasília, o que suspendeu o efeito da sentença. O recurso só deverá ser julgado no próximo ano. A condenação à prisão de um piloto envolvido em um acidente é inédita na história da aviação civil brasileira e deverá iniciar um grande debate a respeito da atribuição de responsabilidades em episódios dessa natureza. Procurado ontem pela Folha, Gil confirmou o teor da decisão da Justiça, mas recusou-se a comentá-la. Disse que só daria declarações sobre o assunto à imprensa na próxima semana. Investigações As investigações que se seguiram ao acidente com o avião da Varig apontaram Cesar Garcez e Nilson Zille como os principais responsáveis pelo desvio de rota do avião, que ia de Marabá a Belém, no Pará. O Boeing, com 54 pessoas a bordo, acabou caindo na região de São José do Xingu (MT), onde ficou desaparecido por dois dias. A aeronave foi localizada somente depois que um grupo de passageiros caminhou cerca de 40 quilômetros até chegar à sede de uma fazenda da região. Um ano depois do acidente, a Aeronáutica cassou o brevê do piloto Garcez, que ficou, dessa forma, proibido de pilotar. Um recurso contra a cassação, também do advogado Octavio Gil, ainda espera para ser apreciado pela Justiça do Rio de Janeiro. Varig Apesar de responsabilizar Garcez e Zille, que teriam, segundo o juiz, sido negligentes na condução do vôo, a sentença ainda solicita que o Ministério Público promova uma investigação sobre a responsabilidade da Varig. A sentença diz que há sinais de adoção de um vôo potencialmente perigoso; o avião não tinha kit de sobrevivência na selva; e a coordenação da companhia não teria tomado rápidas providências depois de confirmado o atraso na chegada do avião a seu destino original. No Rio, a assessoria de imprensa da Varig disse que essa informação não procede. Segundo o órgão, não foi aberto qualquer processo contra a empresa. A assessoria informou ainda que a Varig não tem qualquer tipo de contato com o piloto e o co-piloto. Texto Anterior: Mortos por sarampo em SP agora são dez Próximo Texto: Sindicato faz críticas Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |