São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Prisão do dono da Encol pode ser pedida

CARI RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Prodecon (Promotoria de Defesa do Consumidor) pode pedir, na próxima semana, a prisão preventiva do acionista majoritário da Encol, Pedro Paulo de Souza.
Segundo a Folha apurou, o Ministério Público do Distrito Federal quer encaminhar à Justiça, nesse prazo, as primeiras denúncias criminais contra a Encol.
Para pedir a prisão de Pedro Paulo, os promotores argumentam que o empresário ofereceria risco à garantia da ordem econômica. Por esse raciocínio, a gestão do empresário poderia prejudicar terceiros.
Os ex-administradores e Souza também podem ser denunciados por crimes de falsidade ideológica e estelionato.
A assessoria de imprensa da Encol divulgou que, sempre que houver ações contra a empresa, seus advogados vão recorrer.
Depoimentos
Também na próxima semana, os quatro promotores da Prodecon começam a ouvir 14 pessoas físicas e jurídicas ligadas direta ou indiretamente à Encol -além de Pedro Paulo e seus familiares, constam da lista ex-diretores da empresa.
Com os depoimentos, os promotores pretendem obter informações sobre empréstimos e transferências de bens, para coletar dados sobre supostas irregularidades ocorridas na construtora.
Na próxima semana, a Receita Federal entrega à Prodecon as declarações de Imposto de Renda dos ex-administradores da Encol referentes aos últimos cinco anos.
Juiz
A Encol está solicitando ao juiz Jonas Modesto da Cruz, da 9ª Vara Cível de Brasília, que se declare impedido para julgar ações envolvendo a empresa. Os advogados da empresa alegam que ele é credor da construtora.
Cruz foi quem determinou na semana passada a quebra dos sigilos bancário e telefônica da Encol e de 20 pessoas ligadas à construtora, incluindo Pedro Paulo de Souza.
Paulo Viana, advogado da Encol, disse que o juiz comprou um imóvel da Encol ainda em construção e solicitou à empresa que transformasse um dos quartos em suíte e trocasse o piso de carpete por tábua corrida sem custo adicional.
Os pedidos teriam sido feitos por meio de duas cartas endereçadas à empresa e anexadas ao pedido protocolado na última quinta-feira no Fórum de Brasília. Cruz deve responder ao pedido em até dez dias.
Procurado pela Folha, Cruz não quis falar. Sua assessoria informou que ela só vai se manifestar no processo.

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