São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
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Autopeça deve qualidade, diz Volks

MAURICIO ESPOSITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Volkswagen, maior montadora do Brasil, avalia que a qualidade dos carros brasileiros está aquém da obtida nos veículos produzidos em países desenvolvidos como os Estados Unidos ou o Japão.
O motivo, segundo a montadora alemã, está na rede de fornecedores: a maior parte não apresenta os padrões de qualidade adotados no mercado mundial.
"Os veículos no Brasil apresentam menor qualidade do que os veículos de alta qualidade produzidos nos velhos mercados com Europa, Estados Unidos ou Japão. Isso porque há a qualidade dos nossos fornecedores em geral é fraca", afirmou, Hebert Demel presidente da Volkswagen do Brasil. O executivo chegou no país há poucos meses e participou de debate sobre o setor automotivo ontem no terceiro e último dia do Fórum Econômico Mundial.
Se depender da Volkswagen, a montadora líder de mercado no Brasil, a indústria automobilística continuará mantendo o atual ritmo de produção de veículos.
Além disso, as montadoras não estão preocupadas com as queixas da rede de concessionárias sobre a queda nas margens de lucro.
"As margens das concessionárias aqui no Brasil são consideravelmente mais altas do que no resto do mundo", disse Demel.
Ao mesmo tempo, a Volkswagen não pretende reduzir o tamanho de sua rede de concessionárias. "Temos planos de aumentar o nosso volume e não diminuir".
Até o momento, de acordo com Demel, o mercado aparentemente parece estar absorvendo a quantidade de carros produzida pelas montadoras.
"Faz parte da profissão dos revendedores reclamarem sobre o desempenho das vendas", avaliou.
Desempenho
Segundo o presidente da Volkswagen, a montadora está tentando melhorar o desempenho dos seus fornecedores por meio de treinamentos e até ajuda no gerenciamento dessas empresas.
Algumas vezes, disse Demel, a Volkswagen assume os custos desse suporte, "mas não sempre".
A Volkswagen, segundo explicou o seu presidente, estabelece um ranking para seus fornecedores, levando em conta competência, confiabilidade e base financeira da empresa. Cada empresa recebe um conceito, que vai de C (pior) a A (melhor). "Mais de 50% da nossa cadeia de fornecedores é C e menos de 20% é A", disse.
No entanto, ressaltou Demel, "não se trata de uma acusação aos fornecedores; temos uma parceria para aumentar a competitividade internacional do setor".

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