São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
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Monte-Carlo apresenta seu 'Romeu e Julieta' cinematográfico Grupo mostra espetáculo hoje e amanhã no Municipal ANA FRANCISCA PONZIO
"Com relação às versões tradicionais, essa produção é muito mais depurada", diz. "No plano estético, substituímos o cenário pesado por uma ambientação abstrata, concebida pelo artista Ernest Pignon-Ernest. Da mesma forma, as roupas são muito leves e fluídas", continua o francês Maillot, que vem elevando o padrão artístico da companhia desde 1993, quando assumiu a direção artística a convite da princesa Caroline de Mônaco. "Ao mesmo tempo, a dança está muito mais presente. Trata-se de uma versão mais dançada e menos demonstrativa, mais próxima das relações humanas do que do exibicionismo técnico", acrescenta. Nessa produção, que estreou no ano passado na capital do Principado de Mônaco, Monaco-Ville, o realismo e os excessos narrativos também foram eliminados. "Não há, por exemplo, as cenas de combates com espadas, tampouco a cena do envenenamento." Para escapar das versões coreográficas anteriores, Maillot se inspirou muito mais no cinema. "Construí o balé de forma cinematográfica. Para contar a história, utilizo a técnica de flash-back, e cenas, como a morte de Mercutio, são mostradas como imagens filmadas em câmera lenta." Durante seu processo criativo, Maillot fez da versão cinematográfica de "Romeu e Julieta" dirigida por Franco Zefirelli uma de suas principais referências. "Isso porque esse filme nos dá impressão de que a história de Shakespeare acontece hoje." Na opinião de Maillot, as novas tecnologias de imagem representam a revolução estética do próximo século. "São técnicas que nenhum diretor de teatro poderá ignorar. Meu grande projeto é harmonizar essas novas tecnologias com a dança e o corpo", afirma. Espetáculo: Romeu e Julieta Com: Les Ballets de Monte-Carlo Quando: hoje, às 21h, e amanhã, às 17h e às 20h Onde: Teatro Municipal de São Paulo (pça. Ramos de Azevedo, s/nº, tel. 223-3022) Quanto: de R$ 10 a R$ 80 Texto Anterior: Quem é o inimigo público nº 1? Próximo Texto: "Burundanga" consagra a comédia popular brasileira Índice |
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