São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997 |
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"A indústria está me levando a sério" Harry Knowles tem 1.200 informantes PATRICIA DECIA
Começou a trabalhar em seu site seriamente depois que um acidente doméstico o deixou parcialmente imobilizado por três meses. Hoje, tem 1.200 espiões, que ele cataloga em seu "livrinho negro". Do total, afirma que 120 nunca lhe passaram uma informação errada. Knowles navega com um computador Packard Bell 600mz Pentium de dois anos e meio por cerca 14 horas diárias. "Tenho que deixar a tampa aberta para evitar superaquecimento", disse à Folha, por telefone, de sua casa no Texas. Leia trechos da entrevista. (PD) * Folha - Como começou o site? Knowles - Eu surfava toda noite por 25, 30 sites, juntava as informações e atribuía a algum espião. De repente, pessoas começaram a me mandar notícias por e-mail, até da indústria cinematográfica. Folha - Como checa a veracidade das informações? Knowles - Tenho espiões antigos. Quando alguém novo me manda uma história, confirmo com eles. Se é informação sobre o que estão filmando, geralmente tenho o script do filme. Folha - Porque não publica fofocas sobre a vida das celebridades? Knowles - Acho que isso não me diz respeito, ninguém precisa disso. Parece que a vida das estrelas é sempre tão bagunçada. Eles estão sempre irritados, se mudam para lugares distantes, tomam drogas, decidem se trancar em casa etc. Às vezes, penso que é por causa do assédio. Folha - Qual a diferença então com o que você faz? Knowles - As pessoas estão mais interessadas nos filmes do que na vida pessoal. Cubro essa área com consciência tranquila. Há muita gente gastando dinheiro para ver filmes. Educar o público sobre o que vão assistir, no que gastarão seu dinheiro, para mim, é totalmente OK. Folha - Você acha que tem poder para afundar um filme? Knowles - Costumava pensar que não. Hoje não sei. Uma vez recebi o script do filme "The Incredible Hawk", que a Universal estava fazendo. Era horrível e escrevi isso no site. Dois dias depois, eles adiaram as filmagens por seis meses e contrataram dois novos roteiristas, nomes que eu havia sugerido. Pode ser apenas coincidência, mas parece que as pessoas na indústria estão me levando a sério. Quanto a "Batman & Robin" e "Velocidade Máxima 2", não fui eu o culpado. São filmes ruins e afundaram sozinhos, não precisavam da minha ajuda. Folha - Que parte do site assusta mais os estúdios? Knowles - As exibições teste, porque é quando o público fala antes dos críticos. Não acho que é um ataque à indústria. Eles só precisam ter mais cuidado com o tipo de filme que fazem. É como se isso os ensinasse que o público quer filmes de qualidade. Se eles o fizerem, nenhum site pode se interpor entre a indústria e o sucesso. Texto Anterior: Bibla Editora surge com sete títulos Próximo Texto: Exibições teste medem aprovação pública Índice |
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