São Paulo, sábado, 13 de setembro de 1997
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EUA admitem fracasso no Oriente Médio

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

A secretária de Estado norte-americana, Madeleine Albright, deixou ontem Israel admitindo não ter obtido avanços nas negociações para reavivar o processo de paz no Oriente Médio.
Albright, que tem se reunido com líderes árabes e israelenses desde que chegou à região, na quarta-feira, disse que não retornará a Israel ou aos territórios controlados pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) até que sejam tomadas "medidas duras".
Anteontem, Israel se recusou a atender pedido da secretária para que fosse paralisada a construção de colônias em territórios palestinos ocupados. Os palestinos exigem a suspensão das obras para retomar as negociações de paz.
O processo entrou em crise em março, depois de o governo israelense iniciar a construção de casas para judeus em Jerusalém oriental, área reivindicada pelos árabes.
Israel, por sua vez, diz que antes de qualquer avanço a ANP tem de provar que está tomando medidas contra militantes terroristas.
A crise na relação entre árabes e israelenses se agravou após dois atentados em Jerusalém, nos quais morreram 20 israelenses.
Albright pediu ao líder palestino Iasser Arafat, com quem ser reuniu de novo ontem, um efetivo combate aos extremistas islâmicos responsáveis pelo terror.
"Eu voltarei aqui quando os líderes tomarem medidas duras", disse a secretária momentos antes de embarcar para a Síria, onde se encontrou como o presidente Hafez al Assad. Detalhes desta reunião não foram divulgados. Em seguida, foi ao Egito. Albright ainda deve visitar a Arábia Saudita e a Jordânia.
A secretária de Estado (cargo equivalente ao de chanceler) classificou de "pequeno passo" a viagem anunciada ontem de líderes israelenses e palestinos aos EUA neste mês. Eles devem se reunir separadamente com autoridades norte-americanas para preparar encontro entre o ministro das Relações Exteriores de Israel, David Levy, o dirigente palestino Mahamoud Abbas e Albright.
"Não tenho ilusões sobre a dimensão dos avanços. Os passos são pequenos", disse a secretária.
Hamas
O grupo extremista islâmico Hamas, que assumiu a autoria dos atentados em Jerusalém, acusou Israel de penetrar na faixa de Gaza (controlada pelos palestinos) e de sequestrar um líder desse movimento. O Hamas ameaçou lançar ataques a Israel.
O governo de Israel negou as acusações.
Sul do Líbano
A crise entre palestinos e israelenses se reflete na intensificação dos combates no sul do Líbano, onde Israel mantém uma zona de ocupação. Ontem, ataque das forças israelenses contra posições do Exército libanês matou cinco soldados deste país e uma civil. Horas antes, ataque de Israel matou quatro extremistas islâmicos do Hizbollah (Partido de Deus).

Texto Anterior: Hamas acusa israelenses
Próximo Texto: PC faz ofensiva contra estatais e corrupção
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.