São Paulo, domingo, 14 de setembro de 1997 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Fósseis podem mudar árvore genealógica humana Fósseis espanhóis JOSÉ REIS
Mas tudo estava certo e a publicação da descoberta foi afinal feita na revista "Science" (junho de 1997) por José Maria Bermúdez de Castro e seus colaboradores, do Centro de Investigação Científica de Madri. Segundo esses especialistas, a descoberta consiste em nova espécie de ancestral humano, possivelmente canibal, que deve ter vivido na Europa por volta de 800 mil anos. O fóssil foi batizado de Homo antecessor e, segundo salienta Michael D. Lemonick no "Time" de 9 de junho, talvez seja o último ancestral comum aos neandertais e ao homem moderno (H. sapiens). A idade do novo fóssil é bem superior à dos hominídeos então existentes na Europa, que não excediam 500 mil anos, enquanto a data dos asiáticos era de 1,8 milhões de anos e a dos africanos chegava a 2 milhões. A significação da descoberta se torna mais importante se a espécie realmente for nova. Conforme o convencionalmente estabelecido, os neandertais e os humanos teriam envolvido de uma espécie chamada H. heidelbergensis, que existiu por volta de 500 mil anos. A introdução do H. antecessor mudaria o quadro. Esse fóssil teria evoluído na África. Ele possuía traços faciais que lembram os dos modernos humanos e os do neandertal. A nova genealogia afirma -o que resta provar- que o H. antecessor evoluiu na África e deu origem ao H. heidelbergensis e a uma outra espécie, que resta descobrir. Enquanto a primeira espécie deu os neandertais, essa outra espécie por descobrir teria dado o homem moderno. Esta a conclusão dos cientistas espanhóis, mas nem todos concordam com ela. Texto Anterior: PALEONTOLOGIA; ECOLOGIA Próximo Texto: Os perigos do El niño Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |