São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997![]() |
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Como os vírus "escapam" ao coquetel
CASOS NOTIFICADOS POR 100 MIL PESSOAS As duas causas mais frequentes. Paciente em fase adiantada da Aids - São pessoas que começaram a tomar os medicamentos quando já estavam em uma etapa adiantada da doença. Em um primeiro momento, eles apresentaram melhoras. Ganharam peso e tiveram a quantidade de vírus diminuída. Mas, por causa da grande quantidade de drogas que usaram antes do coquetel, começam a resistir e a retroceder . Paciente que não toma os remédios corretamente - Por "pular" horários, esquecer ou mesmo tomá-los incorretamente, essas pessoas começam a desenvolver um vírus mais resitente Como surge o "supervírus" Sob tratamento todos os tipos de vírus HIV que estão no organismo estão pressionado e se reproduzindo com pouca (ou nenhuma) velocidade 1. Se as doses de medicação são reduzidas, os vírus mais fracos continuam não se reproduzindo. O problema é que há um tipo mais resistente que, nessas condições, consegue se reproduzir e com mais força 2. Se o tratamento é interrompido, todos os tipos de vírus HIV voltam a se multiplicar . Nos dois casos, a doença volta a se manifestar. Alguns médicos argumentam que o primeiro caso é o mais perigoso, porque apenas o vírus mais resistente sobrevive, uma espécie de supervírus que no futuro não vai "obedecer" mais às drogas O que os médicos estão fazendo A maioria está fazendo novas combinações de drogas, isto é, criando novos coquetéis. Em vez de usar apenas um inibidor de protease -como é feito hoje na maioria dos casos-, os infectologistas estão optando por misturar dois inibidores com os outros remédios O coquetel . O que é É a combinação de três drogas: um inibidor de protease (que inibem a protease, enzima que atua na fase final da reprodução do HIV) e dois inibidores da transcriptase reversa (enzima que atua na fase inicial da multiplicação). . Quando surgiu Em 80, os inibidores de protease começaram a ser testados em laboratório. Mas o coquetel de drogas só começou a ser usado em 1995. Ele ficou conhecido mundialmente no ano passado após a divulgação de resultados positivos desse tipo de tratamento feito nos EUA, pelo pesquisador David Ho. Pela primeira vez, um tratamento conseguiu reduzir a níveis imperceptíveis a quantidade de vírus no organismo de um doente de Aids . Como o tratamento era feito antes Antes do coquetel, todos os doentes de Aids tomavam apenas inibidores de transcriptase reversa, como o tradicional AZT. Hoje, existem muitos outros, como o 3TC, ddI, ddC etc. Os números da Aids* Municípios mais afetados Balneário Camboriú (SC) - 131,7 Itajaí (SC) - 119,9 Cubatão (SP) - 73,5 Ribeirão Preto (SP) - 66,4 São Leopoldo (RS) - 56,9 Criciúma (SC) - 56,6 Florianópolis (SC) - 54,5 Caçapava (SP) - 54,5 Uberaba (MG) - 54,4 Santos (SP) - 53 Fonte: Ministério da Saúde Texto Anterior: Médicos tentam novas combinações de drogas Próximo Texto: Coquetel falha em 30% dos doentes de SP Índice |
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