São Paulo, segunda-feira, 15 de setembro de 1997
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Desarmamento seria simbólico

SILVIA BITTENCOURT
ESPECIAL PARA A FOLHA

Se algum dia acontecer, o desarmamento dos grupos paramilitares da Irlanda do Norte -um dos principais temas das negociações de paz que começam hoje- será um ato simbólico.
Acredita-se que o IRA (Exército Republicano Irlandês), a principal organização terrorista da região, possua quase 150 toneladas de armas e explosivos, escondidos em bunkers na República da Irlanda.
Com cerca de 400 ativistas, o IRA produz armas em escala industrial. Mesmo se entregasse todo o seu arsenal, seria capaz de se rearmar rapidamente.
Segundo informações do governo britânico, o IRA tem 650 metralhadoras Kalashnikovs, usadas principalmente contra a polícia da Irlanda do Norte -como se viu no atentado que matou dois policiais britânicos na cidade de Lurgan, em julho passado.
O grupo também dispõe de metralhadoras do tipo DSHK, capazes, entre outras coisas, de derrubar helicópteros. Além disso, acredita-se que o IRA tenha quantidade suficiente do explosivo Semtex para detonar todo dia, durante anos, um prédio como o do atentado em Oklahoma, nos EUA.
Como o IRA afirma que não se desarmará antes de uma solução política, os grupos protestantes, cujas organizações paramilitares têm capacidade bélica bem inferior, afirmam que sentar na mesa de negociações com o Sinn Fein seria o mesmo que sentar em cima de um arsenal intacto.
(SB)

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