São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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3 PMs e 5 sem-terra ficam feridos em confronto no Pontal

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE EPITÁCIO

Três policiais militares e pelo menos cinco sem-terra ficaram feridos em um confronto entre a PM e um grupo de trabalhadores rurais sem terra que bloqueou ontem a rodovia Raposo Tavares, no km 654, em Presidente Epitácio, Pontal do Paranapanema (extremo oeste de São Paulo).
A sem-terra Teresa Pedroso, 55, foi baleada no abdômen e teve perfurações no intestino e no baço. Ela foi operada na Santa Casa de Presidente Epitácio e, até o final da tarde de ontem, ainda corria risco de vida. Os outros sem-terra tiveram ferimentos leves.
Os policiais foram atingidos por pedradas e pauladas. Os sem-terra também danificaram carros da PM e do Corpo de Bombeiros.
O cabo PM Maurilio Gomes da Silva, 50, suspeito de ser o autor do disparo que atingiu a sem-terra, foi transferido para a Santa Casa de Presidente Venceslau, com ferimentos na cabeça. Os outros PMs foram medicados e liberados.
O bloqueio da rodovia pelos sem-terra, ligados à Associação Brasileiros Unidos Querendo Terra, começou por volta das 10h20.
Eles colocaram pneus e madeira obstruindo a estrada e atearam fogo. O protesto foi contra o modo como o Incra está recadastrando famílias para assentamentos.
A Polícia Rodoviária organizou desvios e o tráfego no local, por onde passam 8.000 veículos diariamente, foi normalizado.
Ao perceber o fracasso do bloqueio, os sem-terra decidiram fechar uma ponte sobre o rio Paraná, na mesma rodovia. Houve, então, início de congestionamento.
Um contingente de 30 PMs foi chamado para liberar o tráfego. Às 13h30, começou o conflito, que durou cerca de dez minutos.
O capitão PM Paulino Issao Kodama, que comandou a operação, disse ter obtido autorização da Justiça para impedir o bloqueio.

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