São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Iraniana recebe prêmio

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A escritora iraniana Olya Roohizadegan recebeu ontem à noite, em cerimônia no Centro de Convenções de Brasília, o Prêmio Cidadania Mundial, concedido pela comunidade Bahá'í do Brasil.
Olya está no Brasil para o lançamento de seu livro, "A História de Olya", publicado pela editora Planeta Paz.
Nele, a escritora conta como se tornou refugiada na Inglaterra após fugir do Irã.
Olya é adepta da religião bahá'í, que tem diferenças marcantes em relação ao islamismo. "Os muçulmanos acreditam que Maomé foi o último grande profeta. Nós acreditamos em Baháú'lláh, que veio depois de Maomé, e os muçulmanos quiseram nos obrigar a renegar nossa religião", disse.
Olya conta que foi presa, em 82, pela polícia revolucionária. Ficou na prisão dois meses.
Ela acredita que foi solta, "após sofrer torturas psicológicas", por ter uma posição importante na sociedade e também por poder pagar a fiança.
No ano seguinte, fugiu com o marido e os filhos quando a polícia foi novamente à sua casa para prendê-la.
Passou seis dias e seis noites nas montanhas até conseguir chegar ao Paquistão, onde viveu por 11 meses. Em 84, conseguiu asilo na Inglaterra.
Ontem, outras cinco personalidades receberam o Prêmio Cidadania Mundial: a médica Gladys de Souza Floriani, o deputado federal Hélio Bicudo (PT-SP), Luiz Paulo Barreto, diretor do Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça e Zuleika Alambert, vice-presidente do Conselho Estadual da Condição Feminina de São Paulo. O sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que morreu este ano, foi homenageado com o grande prêmio.

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