São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Lixo espacial é ameaça a naves

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O incidente entre a Mir e o satélite dos EUA é mais um sintoma da saturação da órbita terrestre.
Segundo dados publicados em março passado pela ESA (Agência Espacial Européia), em diferentes altitudes em volta da Terra navegam entre 70 mil e 150 mil fragmentos de lixo espacial.
Desse total, 8.000 objetos são de tamanho grande, como os 450 satélites ainda em operação. O resto mede entre 20 centímetros e 30 centímetros.
A chamada "periferia terrestre" engloba as órbitas baixas a até 200 km sobre a superfície da Terra. Abaixo desse nível, qualquer objeto cai rapidamente.
A estação Mir e os ônibus espaciais norte-americanos se encontram em órbitas entre 350 km e 450 km de altitude, o que não as deixa livre do perigo de acidentes e de colisões com meteoritos ou outros objetos.
Há dois meses, quando a Mir passava por um de seus piores momentos, o centro de operações espaciais da ESA em Darmstadt (Alemanha) teve de desviar em 150 metros a trajetória de um satélite de observação europeu para evitar um choque com a estação.
Há também o problema de detecção dos radares, já que objetos com menos de 20 centímetros não aparecem em suas telas.
Mas, a partir de novembro, a ESA poderá contar com seu observatório em Teide, no arquipélago espanhol das Canárias, que permitirá observar objetos entre dois e seis centímetros em órbita baixa.
Quando se detecta uma situação de perigo, uma das soluções é baixar rapidamente os satélites em direção à Terra, para que se desintegrem nas camadas altas da atmosfera. Há outros que podem ser direcionados para cima.
Mas, para as duas providências, é necessário haver combustível nos tanques e os motores das naves devem estar também em condições de uso, o que nem sempre ocorre.
E há um outro fator complicador: para que um satélite tenha amplas reservas de combustível, ele deve ter um tamanho maior, o que encarece seu custo de produção e de lançamento.

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