São Paulo, quarta-feira, 17 de setembro de 1997
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Mir escapa de colisão com satélite dos EUA

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Um satélite norte-americano passou a 470 metros da estação orbital russa Mir na noite de anteontem, obrigando seus três tripulantes a se refugiarem por meia hora na cápsula Soiuz, para que pudessem retornar à Terra em caso de acidente, segundo o Centro de Controle de Vôos Espaciais russo.
Foi a primeira vez, nos 11 anos da Mir no espaço, que um objeto de dimensões tão grandes passa tão perto da estação.
Os controladores da missão na Rússia alertaram os tripulantes (dois russos e um americano). Por precaução, os três se refugiaram na cápsula, sempre pronta para regressar à Terra numa emergência. Mas, segundo Vera Medvedkova, porta-voz do Centro de Controle, não houve perigo real de colisão.
A Nasa (agência espacial americana) minimizou a possibilidade de haver algum acidente, dizendo que o satélite de defesa antimíssil passou a cerca de mil metros da Mir. "Não foi nada importante. Esse tipo de coisa acontece todo mês", disse o porta-voz John Lawrence. A Nasa disse ainda que teria avisado aos russos da passagem do satélite Misti-2 com antecedência de 36 horas, e que ele passaria a 950 metros da Mir.
Em julho, o satélite ERS-1, da Agência Espacial Européia (ESA), teve de ser desviado em 150 metros de sua trajetória para evitar um choque com a estação espacial.
A maior preocupação dos tripulantes da Mir, porém, são os defeitos internos da estação, cada vez mais frequentes. A nave está na órbita da Terra há 11 anos, mas foi projetada inicialmente para permanecer apenas 5 anos.
Os problemas mais graves ocorreram em fevereiro, quando um depósito de oxigênio defeituoso provocou um princípio de incêndio, e em junho, quando a Mir se chocou com uma nave de abastecimento, causando a despressurização de um de seus módulos. Desde 18 de agosto, seu computador central já acusou defeitos três vezes, obrigando os cosmonautas a saírem da nave para reparos.
Ainda ontem, os tripulantes tiveram de reorientar a posição da estação em relação ao sol. A posição correta é indispensável para carregar as baterias da espaçonave.
A Nasa disse que, após estudos técnicos, decidiu manter a troca de seu astronauta a bordo da Mir, programada para o próximo dia 28. O responsável americano pelas missões conjuntas, Frank Culbertson, que já havia criticado a falta de recursos do programa espacial russo, afirmou que a Mir continua sendo segura. Mas reconheceu que "há problemas a serem resolvidos a bordo".
O ônibus espacial Atlantis, que realizará a troca de tripulantes, levará também suprimentos à Mir.

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