São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997 |
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Covas visita oito cidades e tem agenda de candidato
CLÁUDIA TREVISAN
Nas cidades de Redenção da Serra e Natividade da Serra, no Vale do Paraíba, só faltou a banda de música no cenário da típica campanha do interior. Covas afirma que as visitas não têm qualquer vinculação com a eleição do próximo ano. A assessoria do governador diz que ele tem viajado pelo Estado desde o início de 1995 e, até agora, já esteve em 520 dos 645 municípios paulistas. O pretexto da viagem foi a entrega de ambulâncias e remédios fabricados pela Fundação para o Remédio Popular. "A entrega da ambulância é uma desculpa para agradecer vocês, já que eu não tinha vindo aqui depois da eleição", disse Covas em Redenção da Serra. Frase quase idêntica foi repetida em Natividade da Serra. Promessas A semelhança esteve em outros pontos dos discursos. Nas duas cidades, Covas atendeu, no palanque, às reivindicações apresentadas pelos prefeitos. Em Redenção da Serra, prometeu ao prefeito José Faria (PTB) construir 20 casas populares. Em Natividade, o prefeito Miron Fernandes (PMDB) pediu obras de saneamento. Também foi atendido: Covas garantiu que vai liberar os R$ 72 milhões necessários. Covas visitou as cidades de helicóptero. Em Redenção e Natividade, foi recebido com fogos de artifício, crianças, prefeitos e vereadores. A trilha sonora nos palanques era a mesma: "Amigo", cantada por Roberto Carlos. A distribuição de remédios faz parte do programa "Saúde Agora Tem Remédio", implantado em agosto de 95. A cada três meses, os municípios com mais de 120 mil habitantes recebem 40 tipos de medicamentos do Estado. Ontem, as caixas de remédio já estavam no palanque à espera de Covas, que fazia a entrega simbólica. Em Redenção e Natividade, o governador repetiu a mesma piada: "Estou trazendo os remédios comigo para aproveitar o carreto". A providencial presença na platéia das duas cidades de torcedores do Santos, time de Covas, foi motivo para outra brincadeira. "O futuro prefeito da cidade está aqui", dizia, apontando para o santista. Covas também não escapou dos professores estaduais. A professora Maria Cristina Goulart Dias entregou ao governador a pauta de reivindicações da categoria e pediu que ele se envolva na discussão do plano de carreira dos professores. O prefeito e os 11 vereadores de Redenção não pareciam convencidos com a decisão de Covas de não disputar a reeleição. "Acho que ele volta atrás, ele vai voltar", disse o prefeito José Faria. Texto Anterior: Pontaria famosa Próximo Texto: Vice seria bom nome, afirma governador Índice |
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