São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Reforma agrária levará até 15 anos, diz FHC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou ontem que seriam necessários mais "10 a 15 anos" para concluir a reforma agrária.
FHC foi menos otimista que o ministro Raul Jungmann (Política Fundiária), que afirmou que, em oito anos, a questão agrária estará resolvida.
O presidente disse que foram "séculos de descaso" em relação à reforma agrária e que "não se resolve (o assunto) em quatro anos".
"Estamos criando os fundamentos e as bases para que a reforma agrária, num espaço, talvez, penso eu, de um a dois mandatos, seja uma página virada e passe a fazer parte de estoque de justiça social, cidadania e dignidade", afirmou o ministro.
Fernando Henrique disse ainda que perdem tempo os que tentam fazer da reforma agrária um processo violento.
"Os que quiserem partidarizá-la (a reforma agrária) e quiserem torná-la violenta vão perder tempo", afirmou o presidente.
Projeto Casulo
FHC e Jungmann falaram durante solenidade de assinatura de cooperação técnica do projeto Casulo e entrega do resultado do censo agrário, na manhã de ontem, no Palácio do Planalto.
Os ministros Clóvis Carvalho (Casa Civil), Paulo Paiva (Trabalho), o presidente do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), Milton Seligman, 150 prefeitos e vários deputados também participaram da cerimônia.
O presidente Fernando Henrique Cardoso anunciou que será criado um trabalho de alfabetização de adultos nos assentamentos dos sem-terra.
João Cláudio Todorov, reitor da Universidade de Brasília, vai coordenar o projeto de alfabetização.
O último levantamento feito pelo governo apontou 43% de analfabetos só entre os chefes de 200 mil famílias assentadas.
Apoio do Congresso
Jungmann elogiou o processo de reforma agrária afirmando que apenas os governos autoritários tiveram o mesmo êxito do governo Fernando Henrique.
Ele agradeceu o apoio do Congresso e disse que "não há mais pauta em termos de mudanças legislativas no que se refere à reforma agrária no país".
Jungmann lembrou ainda que a fixação de assentados não pode ocorrer como "um raio em céu azul que caia sobre um município quer ele queira, quer não. É fundamental que haja uma relação harmônica entre o assentamento e o município".

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