São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Camargo foi do serviço secreto e da Tropa de Choque

MARCELO GODOY
DA REPORTAGEM LOCAL

A carreira do novo comandante-geral da Polícia Militar, coronel Carlos Alberto de Camargo, 47, teve três fases: a do oficial do Serviço Secreto da PM, a do professor da Academia Militar do Barro Branco e a do chefe na Tropa de Choque.
Sua primeira função na PM, depois de sair da academia, foi de oficial de informações do 9º Batalhão da PM, o serviço reservado do batalhão. Um ano depois, em 71, ele foi trabalhar na Agência Central do Serviço de Informações da PM.
A agência foi o embrião da atual 2ª Seção do Estado-Maior da PM, conhecida como PM2 ou serviço reservado. Nela, o novo comandante-geral permaneceu até 1981.
Camargo trabalhou como tenente no setor responsável pelo acompanhamento de partidos políticos e de movimentos sociais durante o regime militar.
Ao deixar o serviço de informações, Camargo deu aulas de "Informações e Doutrina de Segurança Nacional" na Academia Militar do Barro Branco.
O novo comandante-geral deixou a academia na segunda metade da década de 80 e foi transferido para o CPA-M5 (Comando de Policiamento de Área Metropolitano-5), na zona oeste de SP.
Promovido a tenente-coronel na década de 90, ele assumiu o 12º Batalhão (zona sudoeste de São Paulo), o primeiro que comandou.
Choque
Depois, iniciou sua terceira fase na PM, como chefe de tropa no CPChoq (Comando de Policiamento de Choque). Em 1995, ele foi nomeado para o comando do 2º Batalhão de Choque.
Na época, foi enviado pelo coronel Wagner Cintra, então chefe do CPChoq, à Inglaterra para estudar o combate à violência das torcidas de futebol feito pela polícia de lá. De volta ao Brasil, participou da repressão às torcidas organizadas, que foram impedidas de frequentar os estádios de futebol.
Promovido a coronel no ano passado, ele foi nomeado chefe do CPChoq. No começo do ano, fez uma operação -que ficou conhecida como "tolerância zero"- a pedido do então subcomandante-geral da PM, coronel Carlos Alberto da Costa.
O coronel Camargo chamou o Ministério Público, o SOS Criança e outras entidades e instituições para acompanhar o operação.
Os meninos e adolescentes de rua eram levados aos educadores do SOS Criança pelos policiais. Os moradores de rua foram para albergues da prefeitura e de entidades particulares.
Os policiais militares também patrulharam cruzamentos na região central e nas zonas leste e sudoeste de São Paulo. O choque também participou do programa de prevenção à criminalidade na periferia da cidade.
Família
Fora da Polícia Militar, o coronel Camargo integra o Conselho Superior da Sociedade de Veteranos de 32-MMDC. Casado, o coronel tem três filhos -um deles é tenente do Corpo de Bombeiros.

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