São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Aluno dá tiro em colega dentro da escola

LUCIANA FINAZZI
DA FOLHA RIBEIRÃO

O estudante Euzébio Boninho Correia, 13, foi baleado anteontem, por volta das 18h, dentro da escola estadual Rafael Leme Franco, na zona oeste de Ribeirão Preto (319 km de São Paulo).
L.R.D., 16, colega de escola de Correia, é acusado de efetuar o disparo. Segundo o vigia da escola, Décio Boldrini, 49, L. estava tentando acertar o tiro no diretor, Marco Antonio de Azevedo, 50.
Boldrini afirmou que, ao ser repreendido e suspenso pelo diretor, L.R.D. foi para casa, pegou um revólver calibre 22 e voltou à escola.
"Como eu vi que ele chegou armado, tranquei o portão da frente e fechei a porta de vidro do corredor", disse o segurança.
Segundo Boldrini, quando L. atirou, a bala passou pela porta de vidro e acabou acertando de raspão o ombro direito de Correia.
O adolescente estava no pátio da escola com cerca de 20 estudantes no momento do disparo.
Ele foi levado ao Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo) e liberado em seguida. L. está foragido, segundo a polícia.
"O pior de tudo foi o tumulto. Foi um sufoco acudir o garoto", disse Boldrini à Folha.
A vice-diretora da escola, Assa Luzia Thome Vilela, disse que L. estava bravo por ter sido suspenso.
"Ele estava pulando o muro, o vigia viu e mandou ele descer", disse. Na ocasião, L. teria desrespeitado Boldrini, que em seguida chamou o diretor da escola.
Segurança
"Pensei que meu filho estava seguro na escola", diz o pai do jovem baleado, Paulo Carlos Correia, 47.
"Quando soube que meu filho tinha sido baleado, fiquei desesperado", disse o pai.
Ele afirmou que a escola não tem policiamento suficiente. "Meu filho estuda nessa escola desde pequeno. Noto que, de uns anos para cá, a segurança da escola está diminuindo bastante", disse.
O garoto afirmou que, quando ouviu o disparo do tiro, não percebeu que havia sido baleado.
"Todo mundo saiu correndo e eu também. Quando senti uma dor no ombro, coloquei a mão e vi que estava sangrando. Levei um susto", disse o adolescente.
O garoto estuda na 6ª série e havia terminado de fazer uma prova. Correia diz que estava brincando com colegas na hora do disparo.
Para a vice-diretora, há falta de segurança na escola.

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