São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997 |
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Promessa de ressurreição causa tumulto no Rio Grande do Sul
CARLOS ALBERTO DE SOUZA
Como o milagre não aconteceu, a multidão que se concentrava na igreja, na Vila São Jorge, se revoltou, obrigando os pastores Marco Antônio Viana e João Nedi da Rocha a fugir de um possível linchamento, segundo a Polícia Militar. O pai do menino, Sandro Villar, operário, disse ontem em depoimento que, no momento em que fizeram a promessa de ressurreição, os pastores estavam falando uma "língua diferente", que seria a "língua dos anjos". Conforme Villar, os pastores lhe disseram que haviam recebido um comunicado "divino", garantindo que Deus iria ressuscitar o menino, que morreu na tarde da última segunda-feira de problemas cardiorrespiratórios e só foi enterrado ontem de manhã. Pela promessa, o menino entraria na igreja, onde os pastores comandavam uma reza, "batendo palminha". Dois motivos retardaram o sepultamento do menino -os pais não queriam que o corpo fosse submetido à necropsia (o corpo foi liberado na terça-feira à noite) e o horário marcado para a ação dos pastores, 19h30 de ontem. A Polícia Civil, que ontem tentava localizar os pastores (a igreja estava fechada), disse que eles devem ser indiciados no artigo do Código Penal que considera delito o ato de impedir ou perturbar enterro ou cerimônia funerária. Não está descartado o indiciamento do pai do menino, apesar de ele ter dito que foi "iludido" pelos pastores. A PM teve de deslocar quatro patrulhas para a Vila São Jorge para conter a revolta. Texto Anterior: PM acusado de chacina é morto no Rio Próximo Texto: Luz Vermelha pode contar sua história por serviço telefônico Índice |
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