São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Malan fará defesa do Real no domingo

CELSO PINTO
DO ENVIADO ESPECIAL A HONG KONG

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, deverá aproveitar o discurso que fará no domingo no Comitê Interino do FMI, em Hong Kong, para reafirmar a solidez dos fundamentos do Plano Real e brigar com algumas projeções do fundo.
O "World Economic Outlook" do FMI projeta um crescimento de apenas 3,5% para o Brasil neste ano, uma inflação de 7,8% e um déficit externo em conta corrente equivalente a 4,5% do PIB. Malan deverá mencionar que o Brasil vai crescer 4% neste ano, com uma inflação entre 4% e 5%.
A questão do déficit externo é mais complicada. A projeção de 4,5% do FMI parece realista para este ano. O que incomodou o governo brasileiro foi a projeção de um déficit externo de 5% do PIB para o próximo ano, embora esta projeção coincida com inúmeras outras feitas pelo mercado financeiro.
No Ministério da Fazenda, trabalha-se com a idéia de que o déficit em conta corrente poderia cair para 4% do PIB no próximo ano. Resta saber se o ministro vai arriscar mencionar este número.
Malan chegou ontem a Hong Kong, para a reunião do FMI e do Banco Mundial. Não há nenhuma questão crucial na agenda do Brasil com essas instituições, mas, depois da crise asiática, as atenções do mercado estão mais do que nunca voltadas para o Brasil.
Mesmo que o Brasil não tenha um acordo em vigor com o FMI, a expectativa do mercado é que o país mantenha-se dentro dos parâmetros chancelados pelo organismo. Nesse sentido, muitos dos temas discutidas aqui, da defesa de uma maior flexibilidade cambial à maior transparência na divulgação de dados, tem tudo a ver com o Brasil.

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