São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
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Déficit externo equivale a 4,3% do PIB

VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O déficit nas contas externas brasileiras foi de 4,30% do PIB (Produto Interno Bruto, a medida da riqueza nacional) no mês de agosto. Em 12 meses, o déficit acumulado soma US$ 33,019 bilhões.
Os dados divulgados ontem pelo Banco Central mostram que o déficit está bem acima do patamar considerado desejável pelo governo, de 3% do PIB.
Esse déficit é medido pelo critério chamado de transações correntes, que incluem a conta de serviços (como pagamento de juros e remessa de lucros e dividendos), balança comercial (importações e exportações) e as transferências unilaterais, não vinculadas a produtos, serviços ou investimentos.
A partir do déficit corrente, mede-se a dependência do país em relação aos investimentos externos.
Os números do BC já incluem a revisão nas importações do primeiro semestre deste ano, que acabaram caindo US$ 859 milhões.
Em função disso, os resultados das transações correntes melhoraram, disse o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes. Em julho, por exemplo, o déficit das transações correntes no período de 12 meses, que era de 4,35% do PIB, caiu para 4,25% do PIB. Em agosto subiu para 4,30%.
Cai déficit mensal
O déficit de agosto foi o segundo menor deste ano: US$ 1,887 bilhão. Esse resultado foi pior apenas que o de janeiro, quando o déficit das transações correntes no mês ficou em US$ 1,650 bilhão.
"Isso mostra que o ritmo de crescimento do déficit é menor", disse Lopes. Em agosto, afirmou ele, o déficit das transações correntes teve uma queda de 42,5% quando comparado com o de julho (US$ 3,276 bilhões).
Essa queda, porém, não pode ser vista como uma tendência. Lopes disse que o resultado de agosto foi influenciado pela queda nos déficits da balança comercial (US$ 315 milhões) e da conta de serviços (US$ 1,7 bilhão).
O pagamento de juros pelo governo brasileiro em agosto ficou em US$ 266 milhões, contra US$ 905 milhões em julho.
As despesas com viagens internacionais registraram déficit de US$ 385 milhões -inferior ao déficit de US$ 470 milhões de julho, mas acima do esperado pelo BC.
Lopes disse que, como julho foi mês de férias, eventuais compras feitas no exterior com cartão de crédito deveriam aparecer em agosto. No primeiro semestre, porém, o governo impediu o parcelamento desse tipo de compra, o que ajudou na melhora do resultado.

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