São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997 |
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Bingo e 15%
JUCA KFOURI A discussão em torno da lei Pelé começa a esquentar e é saudável que se aprofunde.Nenhum projeto é perfeito e melhorá-lo sempre é possível, como diria o conselheiro Acácio. Por isso, aliás, está no Congresso, o que afasta por pueril o argumento de que não foi suficientemente debatido. * Defensores da permanência dos bingos têm um bom, e único, argumento: o Bingo Arpoador, no Rio, tem cumprido o seu papel e revertido seu resultado para a Confederação Brasileira de Atletismo. É pouco, por ser a exceção que confirma a regra. Seja como for, não parece ser próprio de uma legislação esportiva tratar de bingos e afins, embora, aparentemente, direitos adquiridos devam ser respeitados. Certamente, porém, essa é uma questão para a Receita Federal, não para o Ministério dos Esportes. * O caso dos atletas é diferente. Não se pode manter os 15% sobre o valor do passe na transferência de um jogador pelo singelo motivo de o projeto estar propondo a pura e simples extinção do passe. Os tais 15% nada mais são que uma maneira de amenizar o horroroso regime escravagista que vigora hoje em dia e não haverá mais motivo para tratar a classe dos atletas como uma corporação que se distinga tanto das demais. O paternalismo vigente também não honra a classe, e a defesa dos jogadores sem projeção não resiste a uma análise sem a demagogia típica de quem pensa com a cabeça velha ou usa as palavras para encobrir a verdadeira intenção do discurso. Ache um "humilde" na NBA e ganha um doce. * Mais um deputado se incomoda ao ver seu nome na relação dos que seriam contra o projeto -aqui publicada no dia 6 passado e preparada pela assessoria parlamentar do Ministério dos Esportes. Dessa vez é o deputado Cláudio Chaves (PFL-AM), que garante não só ser a favor da modernização e da moralização do esporte nacional como destaca que está mais que na hora de mudar o futebol. Chaves é o terceiro, de 25 nomes listados, a se manifestar pedindo correção. * Por mais que pareça que o alto comando corintiano tenha resolvido sacrificar o médico para salvar o jogador, o fato é que a nova explicação para o caso Fábio Augusto é apenas a verdade. Texto Anterior: Em Belo Horizonte (MG) Próximo Texto: Brasil e Gana se deparam de novo em decisão juvenil Índice |
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