São Paulo, sexta-feira, 19 de setembro de 1997
Texto Anterior | Índice

Torcedores profissionais são descartados

FERNANDA PAPA; RÉGIS ANDAKU
DOS ENVIADOS A FLORIANÓPOLIS

Em clima muito mais amistoso do que em confrontos anteriores -como aquele em que o austríaco Thomas Muster abandonou a quadra do Hotel Transamérica, em São Paulo, em 1996-, a torcida para essa disputa da Davis, em Florianópolis, deve ser mais calma.
Dessa vez, a turma de "D'Artagnan" e "Bola Sete" não estará puxando a torcida brasileira.
Os dois "personagens" ficaram conhecidos pela animação nos jogos da seleção de vôlei masculino e tornaram-se amigos de Fernando Meligeni desde sua boa campanha na Olimpíada de Atlanta-96, quando foi o quarto colocado.
"Eles nem foram contatados para essa disputa porque confiamos no público de Florianópolis para animar os jogos", diz Carlos Alberto Martelotte, 46, superintendente da CBT (Confederação Brasileira de Tênis).
Alguma torcida organizada, se houver, ficará por conta do amigos pagodeiros de Gustavo Kuerten, que até ontem esperavam confirmação de ingressos para ensaiar suas frases de efeito.
"Espero estar nos jogos com mais umas cinco ou seis pessoas para fazer uma batucada", diz Perseu Lehmkuhl, 22, que já está preparado com pandeiro, chocalho, surdo e tamborim. Ele e seu grupo de pagode, "Descoloridos do Samba", costumam tocar nos churrascos na casa de Kuerten.
"Estamos tentar organizar de última hora, mas vale a pena, o Guga merece", diz Lehmkuhl, que é analista de sistemas e professor de tênis. Outro amigo de Kuerten que já garantiu seu barulho nas cadeiras é Sergio Viana, 21, que até ontem iria ao confronto sozinho.
"Por enquanto, minha turma é meu tamborim. Foi com ele que eu atrapalhei o (Thomas) Muster, no ano passado, quando o Brasil jogou contra a Áustria. Eu também estava sozinho lá", diz o catarinense, amigo de infância de Kuerten e seu companheiro de surfe.
Gilbert Ysern, 41, árbitro geral do evento e representante da ITF (Federação Internacional de Tênis) diz que não trouxe nenhuma preocupação especial para o Brasil, apesar da fama de bagunceira que a torcida daqui tem.
"Se o público respeitar os atletas ficando em silêncio durante os pontos e enquanto se concentram para sacar, tudo bem."
(FeP e RA)

Texto Anterior: Pesquisa utiliza Davis como laboratório
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.