São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Casa é principal reduto de intoxicações

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O maior número de surtos de doenças transmitidas por alimentos (nome que está sendo utilizado para designar as "antigas" intoxicações alimentares) acontecem por contaminações dentro das próprias casas. Dados preliminares de 95 do Centro de Vigilância Sanitária (CVS) da Secretária de Estado da Saúde revelam 27 ocorrências. Dessas, 5 começaram em residências particulares.
Os dados de 96 e 97 ainda estão em fase de tabulação.
Vera Lúcia da Silva Franco, diretora do grupo técnico de alimentos do CVS, diz que apesar dos casos registrados serem apenas a "ponta do iceberg" das ocorrências em 95, eles servem como base do que está acontecendo em São Paulo.
Depois das contaminações domésticas, os líderes de ocorrências são cozinhas industriais e restaurantes (com 4 episódios cada) e escolas e hospitais (com 3 cada).
Com relação ao tipo de alimentos, a campeã absoluta foi a maionese, responsabilizada por 15 das 27 ocorrências. Em segundo lugar, vêm os bolos recheados de festa, "culpados" por 5 casos.
A principal agente responsável pelas infecções alimentares foi a bactéria conhecida como salmonella. Os sintomas são náusea, vômito, diarréia, cólica abdominal, mal-estar intenso e febre alta.
No universo pesquisado, 2.200 pessoas ficaram doentes e 490 foram internadas em hospitais. No ambiente doméstico, os próprios habitantes e os convidados de festas foram as principais vítimas das contaminações.
Cuidados com os ovos
Vera Lúcia acredita que os ovos empregados no preparo de maionese caseira e de bolos são a principal porta de entrada, nas residências, para as bactérias.
Os ovos podem ser contaminados pela salmonella no ovário da galinha ou no momento da postura, quando entram em contato com as fezes das aves. A bactéria pode estar no interior do ovo ou "aderida" à casca. Em casa, os ovos devem ficar na geladeira e antes de serem usados devem ter sua casca lavada com água e sabão.
Vera Lúcia recomenda que ovos trincados, rachados ou amassados não sejam ser usados. Bolos e maioneses devem ser mantidos na geladeira. O frio não mata as bactérias, mas inibe sua multiplicação. E, na maioria das vezes, a infecção depende da carga de bactérias (quantidade de colônias existentes) presente nos alimentos.
Se o bolo ou a maionese não couber na geladeira, eles devem ser preparados próximos da hora do seu consumo. Vera recomenda que, para produzir maionese caseira, as pessoas utilizem gemas cozidas em vez de de gemas cruas.

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