São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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DEPOIMENTO 1

"Trabalhei quatro anos como babá, dos 12 aos 16. Na época, cuidei de uma menina desde que ela tinha três meses até os quatro anos.
A mãe dessa menina, que se chamava Daniela, ficou grávida, e nasceu a Tatiana.
Essa minha patroa trabalhava fora e sempre deixou as meninas comigo. Tinha absoluta confiança. O marido dela era bem mais velho e ficava mais tempo em casa do que no trabalho.
Um desses dias em que estava em casa, ele se aproveitou que eu tinha me debruçado para trocar a fralda da Tatiana no berço e me agarrou por trás.
Eu era menina, tinha corpo bonito e gostava de usar minissaia, mas sem a menor maldade.
Não tive coragem de contar o que tinha acontecido para minha patroa nem de trabalhar mais ali. Falei com minha tia, que era responsável por mim e que tinha arranjado o emprego, e ela foi lá.
Falou tudo o que tinha acontecido e ele negou. Minha patroa preferiu acreditar nele e me mandou embora.

Luiza Aquino de Souza, 40, é casada, tem três filhos e mora no interior. Deixou a profissão de babá há 15 anos.

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