São Paulo, domingo, 21 de setembro de 1997
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Projeto tentou promover bandas

ROGERIO SCHLEGEL
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de curtir a happy hour como em Londres, frequentar um restaurante com o nível de Paris, passar por ruas sem mendigos como na Suécia, só falta ao paulistano ir a um show em que vai ver bandas locais subindo no mesmo palco que atrações internacionais.
Falta e vai continuar faltando porque o projeto que obrigava produtores de shows internacionais a contratar bandas locais para a abertura, de autoria do vereador Turco Loco (PSDB), foi vetado pelo prefeito Celso Pitta (PPB).
Segundo ele, o mercado, por si só, com frequência não se interessa em contratar bandas brasileiras. Nem de graça. "Já houve show de reggae em São Paulo em que não tocou nenhuma banda nacional. E eu conheço pelo menos uma que tocaria sem cobrar nada", conta.
O vereador afirma que o espírito de seu projeto era ajudar artistas que estão iniciando. "Esses não têm palco para se apresentar nem qualquer incentivo da prefeitura."
Como o vereador não tem poder para criar despesa para o município por meio de um projeto qualquer -é preciso emendar o Orçamento para isso-, Turco Loco diz ter tentado compensar a falta de incentivo criando uma lei.
Antes do veto, o secretário municipal da Cultura, Rodolfo Konder, tachou a proposta de Turco Loco de "coisa idiota", "bolorenta" e "autoritária". A polêmica fez com que o presidente da Câmara, Nelo Rodolfo, fosse ao prefeito Pitta pedir a demissão de Konder.
O vereador lamenta o veto, mas acredita que "a classe musical ganhou com a polêmica".
Foi uma derrota, num campo em que já houve vitórias. Hoje, por exemplo, é o Dia Municipal do Rock, devidamente inscrito no calendário oficial da cidade.
(RSc)

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